VALTER FERRANTE
Nosso amigo Valtinho Ferrante faleceu.
É mais um que se despede, nos deixando saudades, da patota do Juvenil Três Fronteiras.
Valtinho, a vida inteira, praticamente servente e pedreiro.
Divertia as pessoas por onde passava.
Nosso ‘Juvenil’, que não havia perdido ninguém há pouco tempo, mas já estamos sem Damião, Danielzinho Binheli, Lute, Nori, Pardal e, agora, Valtinho.
Nossos torcedores ilustres Zé japonês, pai do Nori, e seu Dito, pai do Rivelino, também estão no céu orientando a molecada que viram crescer e ajudaram na formação física e moral de cada um.
Para nós, o mundo era uma bola, porque na infância e adolescência só a ela dávamos atenção. Ninguém foi ou era Pelé, muito menos um Tostão, mas éramos felizes nas tardes de domingo, no campo onde hoje localiza o prédio da Prefeitura de Três Fronteiras, e levávamos praticamente todos os moradores a nos assistir.
Para nós ali era o ‘Morumbi’.
Mas certo dia fomos convidados para jogar no Estádio Municipal de Santa Fé do Sul, e Valtinho aprontou uma. O jogo zero a zero. Ele era ponteiro direito e pega a bola ali na lateral direita e sai driblando. Driblou praticamente toda a equipe adversária (que não me recordo qual era), inclusive o goleiro, mas antes de fazer o gol virou-se de costas ao gol e falou: ‘aí pataiada, aqui é Valtinho’, e de calcanhar fez o gol.
A confusão foi geral. Acabou o jogo, pois não havia condições de continuar a partida, já que queriam ‘bater’ no Valtinho.
Porém, garças a turma do ‘deixa disso’, nada de grave aconteceu.
Valtinho era irreverente e assim foi durante toda a vida.
Valtinho chega ao céu perturbando os amigos do Juvenil que lá já se encontram.
Tomara Deus que lá tenha um campinho de futebol para alegrar esses meus amigos.
Valtinho, como bom torcedor do Santos, vai aproveitar a oportunidade e convidar Pelé a jogar pelo Juvenil Três Fronteiras, mas deverá adverti-lo: “não pensa que você é o bom aqui”.
Saudades!!!