JOÃO PEDRO STÉDILE NA CPI(coletivo, divisão de tarefas, disciplina e estudo)
O líder do MST deu uma aula na CPI e os deputados federais à direita sequer souberam contra-argumentar. Vamos a parte da aula.
Numa sociedade capitalista, todos têm uma fração de “lappem”, que é o oportunista, que quer viver da vida dos outros, quer explorar o trabalho do outro.
Que numa tradução alemã significa “trapo”, “pano na porta de casa para pisar, não existe nada mais sujo”.
Você vai encontrar entre os burgueses, a exemplo de narcotraficantes, na classe média, nos profissionais liberais, entre jornalistas, entre deputados entre trabalhadores, e são mais numerosos entre trabalhadores, porque estão no final da fila, no campesinato também.
Lá no acampamento são os que causam maior problema (os “lappem”), que como disse existe em todos os lugares.
Como se combate?
Com organização. Os princípios organizativos que ajudam a combater os desvios, consertando os erros: primeiro, tudo tem que ser coletivo, porque é o coletivo que protege o oportunismo, os falsos líderes.
Os princípios organizativos são universais e outro princípio que cita JP Stédile: divisão de tarefas, “se tiver que lavar prato, vai lavar prato”; “se tiver que ir pra roça, vai pra roça”, não há privilégio.
Outro princípio: disciplina, significando que tem que respeitar o que for decidido pela maioria, pela Comissão.
Tem que estudar: o fato que de ser camponês não lhe dá o direito de ser ignorante.
O MST tem hoje 250 advogados. O que “doeu mais” a JP Stédile que numa das formações desse curso, o jornal do Estadão fez um editorial “só faltava essa”: sem terra formando bacharel em Direito. Olha aí amanhã ou depois serão delegados, juízes, promotores. Conclui: olha a ilação que fez o jornal, representando a elite, de um direito sagrado: direito à educação.
Digo eu: que aula, aprenda quem quiser. Quem não quiser que fique com seus preconceitos.