Dia do Farmacêutico
No Dia do Farmacêutico homenageamos a nossa heroína de hoje, D. Emiko Watanabe, minha saudosa e querida mãe. O meu pai Massuo era contabilista e também foi tipógrafo do jornal japonês, São Paulo Shimbun, nos anos 40. Nos anos 50 a família deixou a colônia Segunda Aliança, em Pereira Barreto, para trabalhar em Guararapes, na Farmácia Kamakura, do nosso tio Joaquim.
Minha mãe, conhecida como Emitian, normalista, foi professora nas colônias de japoneses da região e estudou o nihon gakko até o segundo nível. Nos anos 60, D. Lourdes, como era carinhosamente chamada, prestou o exame em São Paulo, de Oficial de Farmácia, e foi aprovada para fazer o curso de capacitação profissional. Após a sua licenciatura, montamos uma farmácia na cidade de Rubiácea, vizinha das cidades de Guararapes e Bento de Abreu. Naquela época, farmácia era chamada de botica e se escrevia com ph: Pharmácia Nossa Senhora de Aparecida, era o nome da nossa. Além de ser um ponto de encontro da comunidade, a “pharmácia” resolvia o problema de saúde da população, já que não existia médico na cidade.
Como nasci dentro de uma farmácia, aprendi aplicar injeção, fazer curativos, manipular pomadas, comprimidos, cápsulas, xaropes e pincelar a garganta com violeta de genciana. Para sapinho ou afta na boca, mel rosado; para “dordóio”, lavagem dos olhos com água boricada; para panariz, pomada de sulfa; para machucados, mercúrio cromo ou merthiolate; para cólica abdominal, elixir paregórico; para criança amarelenta, salamargo e óleo de fígado de bacalhau, a intragável Emulsão de Scott.
Hoje, após 55 anos de formados, meus colegas e amigos Valdir Galdeano e José Carlos dos Santos, da Faculdade de Farmácia e Odontologia de Araraquara (FFOA), somos da turma de farmacêuticos-bioquímicos, graduados em 1970, após a criação da especialidade, laboratório clínico.
Parabéns a todos os bravos heróis farmacêuticos!