“Capital Fóssil”
(O homem, o capital e o clima)
A Elefante lançou o livro “Capital Fóssil”, de Andreas Malm, autor livro que faz uma viagem até a Inglaterra do Século XIX. Ele também fala sobre as soluções de longo prazo para o problema e ativismo climático e papel do Estado. Aborda também a ascensão do motor à vapor e as raízes do aquecimento global.
Na fala, tem-se a impressão que o capitalismo não aceita a ideia de um desenvolvimento, respeitando os limites da natureza, porque com isso travará a “acumulação de capital”.
O conflito de interesse é ressaltado pelo autor: “E apenas levantando demandas muito simples, como “chega de novos investimentos em combustíveis fósseis”, já entramos em conflito com interesses poderosos e arraigados que querem prosseguir com novos investimentos nessas áreas”.
O capitalismo não tem limites. O texto é claro: O problema não é que os combustíveis fósseis estejam se esgotando, mas que as empresas querem extrair o máximo possível deles e, se conseguirem, o planeta vai ferver e vê, p. ex., que, abdicar dos combustíveis fósseis parece ser volta às “cavernas”. Outro autor deixa claro: “Agora só degradando cada vez mais e muitas vezes de forma irreversível o trabalho, o ambiente e o clima poderá continuar a manter as suas taxas de retorno, os seus lucros, a sua extração de mais-valia”. João Camargo https://outraseconomias.pt/outrasec/o-capitalismo-contra-o-clima/
Por outro lado, o capitalismo considera mesmo que a escassez de estabilidade climática pode ser uma oportunidade de negócio (empreendedorismo) a ser aproveitado por aqueles que possuem capital e tecnologia para aproveitar o momento. Como o capitalismo nunca aceita perder, além das “oportunidades” no combate às alterações climáticas também vê “oportunidades” no caos climático.
Por isso, a fala do texto do mencionado autor é correta: “A luta pelo clima não pode vencer sendo apenas uma luta ecológica; ela precisa se somar a todas as outras lutas sociais”. Digo eu, principalmente nas mãos dos jovens.
O autor prefere ao termo “capitaloceno” e não “antropoceno” como forma de evitar a narrativa de que “todos os homens são a causa da crise” ou ter-se a ideia de que a “crise ecológica está sendo impulsionada pela superpopulação e pelas altas taxas de fertilidade no Hemisfério Sul”. Para o autor, o termo mais adequado seria “capitaloceno”, pois seria a maneira específica de organizar nossas relações com o resto da natureza por meio do capital, aí você mantém a esperança de que poderíamos nos organizar de outra maneira.
Por fim, para contextualizar “capitaloceno” é, em suma, um conceito que busca analisar a atual “época geológica”, não como uma era do homem (“antropoceno”), mas como uma “era do capital”, onde o capitalismo é o principal motor das mudanças globais, principalmente ambientais.
Minha indagação, para reflexão final: O homem (a humanidade) é “culpada” pela crise climática ou o capitalismo?