A despedida da liberdade

Publicado em 20/09/2025 00:09

Despedida é algo tão doloroso como a estreia.
Quando você não é um Rivelino, o Reizinho do Parque, ou um Gérson, o Canhotinha de Ouro, e estreia com o pé esquerdo pode ser um desastre… Isso no caso do futebol. Mas vale para o cotidiano.
Existem outras despedidas: – despedida de solteiro, despedida de família, despedida de amigos, mas a mais cruel é a despedida da liberdade.
Em Liberdade – MG, um jogador de futebol estava respondendo por um assassinato… Havia evidências indiscutíveis sobre a culpa do réu, mas o cadáver não apareceu.
Quase no final de sua sustentação oral, o advogado, temeroso de que seu cliente e amigo fosse condenado e nunca mais pudesse jogar aquele racha no fim de semana, recorreu a um estratagema:
– “Senhoras e senhores do júri, meritíssimo juiz, eu tenho uma surpresa para todos!” E, olhando para o seu relógio Seiko, declarou:
– “Dentro de dois minutos, a pessoa que aqui se presume assassinada, entrará na sala deste tribunal.” E, imediatamente, olhou para a porta.
Os jurados, surpresos, também ansiosos, ficaram olhando para a porta.
Decorridos os dois longos minutos, a “porta da esperança” não se abriu.
O advogado, então, completou:
– “Realmente, eu falei e todos vocês olharam para a porta com a expectativa de ver a suposta vítima entrar. Portanto, ficou claro que todos têm dúvida neste caso, se alguém realmente foi morto. Por isso insisto para que considerem o meu cliente inocente.”
Os jurados, visivelmente surpresos, retiraram-se para a decisão final.
Alguns minutos depois, o júri voltou e o juiz pronunciou o veredicto: – “Culpado!”
– “Mas como, meritíssimo?” perguntou o advogado… Eu vi todos olharem firmemente para a porta, é de se concluir que estavam em dúvida! In dubio pro reo, na dúvida a favor do réu. E como condená-lo na dúvida?”
E o juiz, exibindo seu relógio Rolex, esclareceu:
– “O réu é culpado. Todos nós olhamos para a porta, menos ele…”
A última partida do jogador foi a despedida de sua liberdade…
Moral da história: “No Direito, ao fazer uma surpresa, sempre é conveniente contar ao amigo”.

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