Pode parecer coisa de economista, mas esses índices estão mais próximos da sua rotina do que você imagina

EDNA ROCHA – ESPECIALISTA EM APROVAÇÃO DE FINANCIAMENTO IMOBILIÁRIO –
Contato (17) 98166-0897

IPCA e IGP-M: Porque seu bolso sente a diferença?
IPCA e IGP-M são as duas estrelas do noticiário econômico, mas na prática, a diferença entre eles é simples e essencial para sua vida financeira. Pense neles como dois termômetros, cada um medindo uma parte diferente da economia.
O IPCA: O termômetro da sua casa
O IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) é o índice da inflação “oficial” do Brasil. Ele mede o que realmente impacta a rotina da sua família.
O que mede: A variação de preços de uma cesta de consumo, que inclui itens que você compra no dia a dia: comida, contas de luz e água, transporte (gasolina, ônibus), mensalidades escolares e roupas.
Seu foco: O consumidor final. Ele reflete a alta (ou queda) de preços no varejo.
Onde aparece É o índice que o Governo usa como meta oficial de inflação. Ele também costuma ser usado como referência para o reajuste salarial de muitas categorias.
Em resumo: Se o IPCA sobe, o preço do seu carrinho de supermercado, da gasolina e do pão está mais caro.
O IGP-M: O termômetro do atacado e da construção
O IGP-M (Índice Geral de Preços – Mercado) tem um foco diferente. Ele é muito mais sensível aos preços no “atacado” — ou seja, antes de os produtos chegarem às prateleiras.
O que mede: Ele é fortemente influenciado pelo preço de matérias-primas (commodities, como milho, minério de ferro e soja) e pelo custo da construção civil (cimento, aço, etc.).
Seu foco: Produtores, indústria e o mercado de aluguel.
Onde aparece: É o índice tradicionalmente usado para reajustar a maioria dos contratos de aluguel (por isso ganhou o apelido de “inflação do aluguel”).
Em resumo: Se o IGP-M dispara, é provável que seu aluguel suba muito, porque ele está medindo a inflação nos insumos e na produção, que geralmente variam mais que o varejo.
Porque a diferença importa?
A grande pegadinha é que esses índices podem ter resultados muito diferentes.
Em momentos de alta do dólar, por exemplo, o IGP-M dispara, pois ele mede as commodities cotadas em moeda estrangeira. Nesse cenário, o inquilino vê o aluguel explodir (pelo IGP-M), enquanto o preço da maçã no mercado (medido pelo IPCA) não subiu tanto assim.
O que levar para casa:
O IPCA reflete o seu poder de compra do dia a dia.
O IGP-M dita o ritmo dos aluguéis e do custo da construção.
Ao entender o que cada um mede, você sai do escuro e pode tomar decisões financeiras mais inteligentes.