Antonella
A minha neta faz um aninho.
Quando nasceu todo mundo falava que “seria o maior amor do mundo”.
Sinceramente, não acreditei, porque pensava que já tinha amado o meu filho com todo amor contido em mim.
Porém, tinha mais…incrivelmente havia mais amor.
Depois senti que é verdade esse amor gigante (maior do mundo), antes inimaginável e, além dessa grandeza, nos faz, paradoxalmente, pequenos, no sentido que nos faz ser crianças novamente, puros.
A neta faz a gente renascer do futuro para o passado, de trás pra frente.
Os olhos dela parece pular em nossa órbita e começamos a ver o mundo com mais amor, menos pressa e o tempo parece parar…
É hora que revogamos o tempo marcado, o tempo do relógio e o tempo inventado pelos homens…não vemos o tempo passar.
O tempo é ela e passamos a ter tempo, coisa que a gente nunca tinha antes.
Depois entendemos que, com a neta, um minuto é maior do que um dia, um ano, uma vida.
Cada minuto ao lado da Antonella passa a ser uma eternidade.
Ser avô é voltar a ser criança e descobrir que o tempo não existe e (re)descobrir a existência num espaço infinitamente poético e angelical.

