APENAS UMA HISTÓRIA DE AMOR

Publicado em 16/05/2014 23:05

Dizem que amor quando é amor não faz sofrer, nem deixa o coração magoado e ferido. Então eu não sei o que é amar, pois todas as vezes que o fogo da paixão tomou conta de mim eu saí com a alma despedaçada.
Isso pode até dar letra de música sertaneja, daquelas que o caboclo sofre pelo ser amado até cair debruçado numa mesa de bordel fazendo declaração de amor pra uma prostituta qualquer.
Quem nunca sofreu assim por alguém não sabe o que é ter uma história de amor. E, história de amor, senão for triste, não merece ser contada.
Foi assim: Eu tinha alguém que comigo morava …” Oooops! Isso é letra de música. Mas é uma história que fala de um amor que não tinha esperança. Ela tinha alguém que um dia tinha amado e que lhe dava um amor terno e bom. Aquele amor que toda pessoa quer ter, mas sempre encontra na pessoa errada.
Vontade de trocar aquela criatura que eu morava por aquela que compreendia meu ser, mas se entregou a outro alguém. A velha história do “Ieda que amou João que amava Maria que amava José que casou com Ieda que nunca esqueceu João ..” Mas fiquei ali, esperando que o sofrimento passasse ou que o outro não casasse e voltasse pra mim.
Tarde um sábado quente, eu e ele, na cama, exaustos de fazer o que ele chamava de amor, e eu naquela tarde em especial chamei de tortura. Era o dia em que o outro por quem eu chorava ia se casar. Passei o dia como se tudo estivesse normal e horas trancada no banheiro pra poder chorar sozinha.
De repente, não mais que de repente, o telefone toca. O alguém que comigo morava dormia como todo homem depois do sexo, com o braço abraçando meu corpo.
Esgueirando-me da cama, atendi ao telefone e a voz do outro lado disse –“Alo, estou pronto pra sair para a igreja, mas não quero ir, não posso ir, descobri que é com você que quero ficar! ”
Eu ali, escondida debaixo da cama, comecei a chorar e não conseguia emitir um som sequer. Antes assim, chorei em silêncio e depois de alguns longos segundos ouvindo a respiração ofegante do outro lado da linha, respondi num sussurro: “Segue teu caminho que vou seguir o meu ,não façamos ninguém mais sofrer por esse amor que nasceu para não ter futuro”.
Desliguei o telefone e tomei um porre naquele final de tarde, enquanto o amor da minha vida levava outra para o altar. É uma história brega que, aposto, muita gente viveu. Muitos homens e mulheres, com certeza já viram sua paixão mais escondida desaparecer na esquina pelas mãos de outro alguém.
Descobri que paixão o vento leva e amor com o tempo a gente esquece, principalmente quando aprendemos a amar quem sempre nos deu amor. É claro que sempre perguntaremos se valeu a pena renunciar a uma paixão. Nunca saberemos. E não vale a pena saber. Tanta coisa na vida seria diferente se levássemos nossos para uma direção diferente na estrada. Quem vai saber? E, SE …?

 

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