TROCANDO DE AMOR

Nada pior do que um pé na bunda.
Não há homem ou mulher na face da terra que se conforme ao ser abandonado e consiga ser feliz logo de cara trocando um amor por outro. E o pior é que existe essa história de que dor de amor se cura com outro amor. Isso não existe quando se ama de verdade e o sentimento de amar se mistura com o orgulho ferido por ter sido abandonado.
A pessoa pode até começar a aceitar todos os convites que recebe para se divertir: festas, barzinhos, um show aqui um cineminha ali. Conhece pessoas agradáveis, às vezes pode até rolar uma relação casual que dura um mês, dois. Dura o tempo suficiente para rolar uma cama. Aí o bicho pega, pelo menos para as mulheres, porque a maioria dos homem encara sexo só pelo sexo durante muito tempo.
Já mulher é um bicho diferente. Se há três meses ela se mordia de raiva do ex amor e só conseguia lembrar as coisas ruins que ele a fez sentir, ao conhecer outra pessoa tudo muda. Começam as comparações. E a primeira coisa que ela compara é o tamanho do órgão sexual.
Quando estava com o outro nem fazia muita diferença cinco centímetros a mais ou a menos que a média, mas agora faz. As principais comparações começam no sexo e é aí que o novo pretendente se ferra. Se o cara tem uma pegada mais fraca, então… É bola fora. Aí ela começa a reparar em todos os defeitos do coitado e só se lembra dos momentos bons que viveu com aquele que lhe abandonou.
A coisa é mais ou menos assim: Quando a dor do orgulho ferido passa fica só a dor de amor. A famosa dor de cotovelo. Não adianta querer arranjar outra pessoa só porque o ex já está na pista com alguém que parece somar mais pontos que você. Não funciona.
Deixe a dor de amor fazer sangrar o coração. Temos que viver o nosso luto no tempo certo para dar tempo de cicatrizar as feridas deixadas pelo outro e estarmos prontos para receber alguém que nos mereça com os braços abertos e sem o pé atrás, cheios de medo de amar outra vez.