Tópicos da Semana – Edição de 5/07/14.
Por Mário Aurélio S. Silva
Antes da Copa
Os atrasos na entrega dos estádios e dos projetos de infraestrutura – muitos que ainda não ficaram prontos -, os problemas dos aeroportos e a ameaça de greves e protestos acabaram fazendo com que o Brasil ficasse em evidência mundo afora às vésperas do Mundial.
Medo
Muitos visitantes que estavam prestes a embarcar para a terra do samba chegaram a ficar assustados diante de tantos comentários, e até pensaram “duas vezes” em cancelar a viajem, e, se não fosse os custos com voos, hospedagem e ingressos para assistirem as partidas, talvez até teriam assim agido.
Durante a Copa
Pelo menos até agora não houve caos aéreo – apesar de alguns aeroportos terem apresentado problemas de atraso, como é comum em períodos de muita demanda -, não houve grandes greves, os protestos foram contidos – alguns com certa violência, que acabaram em confronto entre policiais e manifestantes – e a organização dos jogos também foi considerada satisfatória.
Nota 1.000
Porém, o principal elogio tem sido a hospitalidade do povo brasileiro, que sobressai aos olhos de todos os estrangeiros, sejam eles chineses, ingleses, croatas, holandeses, alemães, mexicanos, belgas, canadenses, americanos, chilenos, uruguaios, dentre outros.
No English?
O grande problema enfrentado pelos turistas do mundo todo está sendo a comunicação. Aqui, muito diferente do que acontece em quase todo o planeta, encontrar uma pessoa que domine a língua inglesa é quase que como procurar agulha no palheiro, o que, para o mundo, isso significa um grande atraso.
Língua universal
Temos, atualmente, aproximadamente 430 milhões de nativos em todo o mundo e perto de 950 milhões de pessoas não nativas que também falam o inglês. Só para se ter uma ideia, no Egito, são 28 milhões; em Bangladesh, 29; na Alemanha, 46 milhões, na Nigéria, 79 milhões; e na Índia, 129 milhões.
E no Brasil?
Apenas 5% da população brasileira sabe falar inglês, ou seja, o País está na 46ª posição, perdendo apenas para a Guatemala, Egito, Emirados Árabes Unidos, Colômbia, Panamá, Arábia Saudita, Tailândia e Líbia.
Turistas aqui
Os turistas que aqui estão prestigiando a Copa do Mundo têm reclamado muito quando o assunto é a comunicação com taxistas e garçons, e esses sejam talvez os grupos mais difíceis de serem preparados, pois a alegação é sempre a mesma, ou seja, o tempo de curso significa menos faturamento.
Após a Copa
Resta-nos crer no quase impossível – que depois do Mundial nossos aeroportos funcionem de forma eficaz, que as tantas manifestações contra a presidente Dilma Roussef sejam resolvidas de forma pacífica, que consigamos eleger bem nossos representantes, que nossas estradas sejam melhores pavimentadas e que nosso povo seja efetivamente mais abonado, economicamente falando, com mais oportunidades de empregos e com uma maior geração de renda.
Efeito maquiagem
De nada adianta “maquiar” o País, mostrando que nossa gente é alegre, que as tão comentadas manifestações contra o Governo não ocorreram como era de se esperar (nossos policiais inibiram toda e qualquer manifestação), e que o País “vai muito bem, obrigado”, sendo que o que precisamos é de mais pão e menos circo.
Porém…
A Copa do Mundo, além da geração de postos de trabalho, deve propiciar a injeção de R$ 30 bilhões na economia brasileira. Os dados fazem parte de um levantamento feito pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), a pedido do Ministério do Turismo. Segundo o levantamento, do total de vagas relacionadas à Copa, 710 mil são fixas e 200 mil são temporárias (todos com carteira assinada). A expectativa da Embratur é de que a realização da Copa ajude a projetar o Brasil como destino turístico de destaque no cenário internacional, impulsionando a geração de emprego e renda no País.
Ficcap/2014
Segundo os organizadores da 41ª Ficcap, que ocorreu entre os dias 21 e 29 de junho, foi, sem dúvida alguma, o maior recorde de público – mais de 90 mil pessoas prestigiaram o evento -. A grade de shows, anunciada em março, e, uma semana antes, os preços das bebidas, foram motivo de críticas e chacotas para muitos da cidade. Porém, tão logo a festa teve início, a situação mudou de figura, com o comparecimento em massa de toda a população de Santa Fé e região.
Edinho retoma rotina
Retirado de combate por uma semana enquanto convalescia do acidente sofrido na rodovia Euclides da Cunha, o deputado federal Edinho Araújo não via a hora de retomar a rotina de trabalho e as visitas às cidades da região, o que mais gosta de fazer. Nessas andanças, ele tem contato direto com autoridades e populares para discutir os problemas regionais. O acidente foi um grande susto na carreira do político, que está há 42 anos na vida pública.
Ironia
O acidente ocorreu justamente na rodovia Euclides da Cunha, já inteiramente duplicada, obra pela qual ele lutou por décadas. Mesmo sem poder comparecer à convenção estadual do PMDB, Edinho está confirmado pelo partido como candidato à reeleição à Câmara Federal.
Em Brasília
Prova de que está inteiro de novo, Edinho embarcou para Brasília na última segunda-feira e esteve na votação que aprovou o projeto Cultura Viva, um conjunto de medidas que deve revolucionar a produção cultural nos próximos anos. O deputado também retomou os debates sobre sua mais nova relatoria, o projeto que reforma a arbitragem no Brasil. Edinho está fazendo o texto final que vai regulamentar essa atividade, permitindo que conflitos sejam resolvidos na presença de técnicos, sem precisar passar pelo judiciário. A proposta desafoga o Judiciário brasileiro, mergulhado em milhões de ações que quase nunca andam.