NÃO SOU FIEL

Existe certa confusão quanto a essa história de fidelidade. Para a maioria das pessoas, ser fiel e não trair custa muito sofrimento. Isso porque na hora que estamos apaixonados prometemos mundos e fundos até que a morte nos separe. Ser fiel é uma questão de opção. Só sou fiel quando estou apaixonada.
Ser fiel implica “pensamentos, palavras e obras”. Não adianta não transar com outra pessoa, mas viver suspirando por ela, desejando, imaginando todo tipo de momentos felizes ou eróticos. Isso é traição, mesmo que não se consuma. E como faz sofrer de mãos dadas com o ciúme e o egoísmo. Gente morre todo dia por causa da tal fidelidade.
Eu sou leal. Leal até o fim. Pra mim, lealdade tem a ver com amizade, querer bem, fazer bem para quem se gosta só para ver o outro feliz, assim, de graça, sem pedir nada em troca. Nem ajuda financeira nem fidelidade.
As pessoas às vezes se assustam com o meu relacionamento atual com os meus EX. Ex-marido, ex-namorado, ex-patrão. Pessoas que um dia passaram pela vida e que em algum momento me fizeram bem, de alguma forma. Só não deu para continuar convivendo.
Sou leal a todos eles e eles a mim. Se precisarem da minha ajuda, estarei sempre pronta mesmo que me custe uma desavença com alguém ao meu lado. E já tive provas de estas pessoas também me são leais. Tipo: Pau pra toda obra. Sem segundas intenções, sem maldade. Só Bem – querer.
Posso perdoar uma traição, mas não perdoo deslealdade, que, para mim, tem tudo a ver com falta de caráter, de generosidade e compaixão. Enquanto fidelidade tem a ver com egoísmo e posse. A gente é infiel quando acabam os sentimentos do coração e é desleal quando acaba o querer incondicional.
Quem for meu companheiro por muito tempo deve entender meu jeito de ser e ser leal, cuidar, amar desejar sempre o bem. Esse tipo de sentimento eu tenho por todos com os quais me relacionei. Talvez seja por isso que me sinto livre para ser fiel a quem eu acho que merece e leal para sempre com aqueles que me querem bem a qualquer preço.