Amigos de Roberto o definiram como uma pessoa carismática, determinada e de coração bom

Polícia Civil de Santa Fé afirma não ter suspeitos do assassinato e prossegue investigação
do caso

Por Lucas Machado

Foi enterrado o corpo do enfermeiro Roberto Carlos Soares Lima, de 37 anos, no final da tarde de anteontem, 14, no Cemitério São João Batista, em Santa Fé.
Roberto Lima foi vítima de assassinato ocorrido na madrugada de quarta-feira, dia 13. Seu corpo foi encontrado por volta das 6:00 horas daquele dia no Sítio São José, uma propriedade rural localizada na Rodovia Euclides da Cunha, próximo ao trevo da Rodovia dos Barrageiros.
Amigos e familiares de Roberto postaram em sua página do Facebook mensagens de conforto e revolta, e descreveram o enfermeiro como uma pessoa humilde, de bom coração e esforçada.
Em entrevista a O Jornal, Rafael Maringolo, que era amigo de Roberto há vinte anos, conta que a tristeza é imensa. “Roberto era meu amigo há muito tempo, sempre estivemos juntos, ele sempre me ajudou. Eu fico inconformado. Todo mundo gostava dele, ele era muito querido e muito bem visto, como um bom trabalhador que sempre correu para conquistar as coisas na vida”, disse Rafael, que relatou também que Roberto não media esforços para ajudar as pessoas.
Priscila Cunha, também amiga do enfermeiro relatou estar sem palavras para o acontecido. “Conhecia o Roberto há 12 anos. Ele era uma pessoa maravilhosa. Era carismático, alegre, determinado, sempre contente e esforçado. Sempre ajudou as pessoas e nunca fez mal a ninguém; não tinha maldade no coração. Ele tinha um coração grande que não cabia dentro do peito”, relatou ela.
Segundo Marcel Martinelli de Almeida, amigo de Roberto há oito anos, o mesmo descreveu o enfermeiro como uma pessoa que tinha disposição de estender a mão em todos os momentos sem questionar, e com boa vontade. “De todos os poucos amigos que tenho, mesmo com a distância, era com ele que eu tinha a liberdade de falar qualquer coisa, e ele sempre me dava várias ideias. Todas as novidades na minha vida eu compartilhava com ele, mesmo que fossem boas ou ruins. A partir de hoje, tenho essa lacuna, não tenho mais esse alguém que possa me abraçar com força e dizer que me ama como um amigo de verdade. Saudades, que sentimento chato de sentir. Agora ele está com Deus, e todos nós estamos batalhando em vida para um dia chegar até Ele”, disse Marcel, que em seu depoimento finaliza dizendo ‘Até mais, Rô!’.
Filho de Rosalina Mendes (in memoriam) e Vicente Soares, Roberto tinha cinco irmãos. Era funcionário da Prefeitura de Santa Fé, onde atuava na Creche do Idoso, tendo prestado serviços, ainda, na UPA da cidade.
O caso
De acordo com o Boletim de Ocorrência da Polícia Civil de Santa Fé, o dono da propriedade rural encontrou o corpo pela manhã, com ferimentos na cabeça e já sem vida, tendo acionado a Polícia em seguida.
O carro fora roubado naquela madrugada, entretanto, a Polícia localizou o veículo Fiat Brava abandonado em uma estrada de terra em Paranaíba, sentido Inocência, por volta das 12:00 horas, ainda na quarta-feira. O veículo estava ligado e com a chave no contato.
Consta ainda que o corpo já estava em rigidez cadavérica, e de bruços. Roberto tinha ferimentos na cabeça e afundamento de crânio, que fora provavelmente golpeado por uma lasca de madeira, cujo objeto foi encontrado a uma distância de cinco metros do corpo e com vestígios de sangue. Havia, também, respingos de sangue embaixo da árvore onde o corpo foi encontrado.
Conforme consta no BO, não há vestígios de como tiveram acesso ao local, entretanto havia sinais de passagem de veículo nas proximidades onde estava o corpo.
Antes do ocorrido, Roberto estava em uma reunião de amigos; entretanto, por volta de uma hora da manhã, avisou que estava indo para casa.
Segundo o delegado responsável pelo caso, Higor Vinícius Nogueira Jorge, está sendo investigado o crime de latrocínio, ou seja, roubo seguido de morte.
“Não temos suspeita de quem possa ter cometido o crime, mas acreditamos que tenha sido praticado por dois indivíduos. A Polícia Civil de Santa Fé e região está mobilizada e as investigações estão em andamento, uma vez que testemunhas ainda estão sendo ouvidas”, afirmou o delegado Higor Jorge.