Antiga Santa Fé: Há 50 anos, Nosso Bazar foi fundado na cidade

Publicado em 21/03/2015 00:03

Fundado por Antônio Vieira Aguiar e pela esposa Luzia Polvere, que hoje administra sozinha o estabelecimento

Por Daniela Trombeta Dias
bazar internaFundado no ano de 1965, por Antônio Vieira Aguiar e pela esposa Luzia Polvere Aguiar, a loja Nosso Bazar, situada na Avenida Navarro de Andrade, no centro de Santa Fé, continua sendo uma das referências para quem quer comprar bolsas de todos os tipos, tanto femininas, quanto masculinas.
Dona Luzia, de 69 anos, desde 2010, quando seu marido faleceu vítima de um AVC – Acidente Vascular Cerebral –, aos 75 anos, administra o bazar. Ela contou que conheceu o esposo no ano de 1964.
“Eu morava em Três Fronteiras e ajudava meus pais na sorveteira da família. Um dia Antônio veio visitar os pais na cidade e foi até a sorveteria, e foi assim que nos conhecemos. Depois disso começamos namorar, mas, por carta, porque ele trabalhava em São Paulo. Já em fevereiro de 1965 ele mudou-se para Santa Fé e abriu o Nosso Bazar, e em julho do mesmo ano nos casamos”, contou ela.
Disse ainda que inicialmente o bazar vendia confecções. “Meu marido já tinha experiência com vendas, mas começamos com pouco e, apesar da cidade ser nova e a Avenida Navarro ainda ser de terra batida, ele já previa que a cidade iria crescer muito, por isso sempre dizia ‘nós estamos nos estabelecendo para o futuro’, e ele tinha razão”, enfatizou dona Luzia.
Contou que no início nada foi fácil, mas que valeu a pena. “Foi só depois de quatro anos que conseguimos comprar um carro, era um Fusca, e, com ele, Antônio ia todos os domingos vender roupas em cidades vizinhas, como Santa Clara, Santa Rita, Rubineia e Esmeralda. Depois de oito anos de casados tivemos nosso primeiro filho, Richard, e, após mais quatro anos, o Renato, que são as riquezas da minha vida. Meu marido e eu criamos nossos filhos com o sustento da loja”, relembrou.
Depois de 15 anos, o casal resolveu mudar os produtos do negócio familiar. “Compramos algumas bolsas para vender junto com as confecções e vimos que era rentável e, então, resolvemos vender somente bolsas, e hoje revendo muitas variedades e sou muito feliz, pois digo que esse é meu dom, eu amo o que faço, pois o trabalho faz bem para a cabeça, para a alma e à saúde”, afirmou.
Contou também que foi com o trabalho no bazar que o casal comprou a casa própria. “Porém, quando o então presidente Collor confiscou as poupanças, tivemos que vendê-la para continuar com a loja, mas Deus é bom e nos recuperamos e sempre pudemos pagar um funcionário para nos ajudar no estabelecimento”, disse.
Mesmo com a morte de seu marido, dona Luzia disse que em nenhum momento pensou em fechar o local. “Eu nunca pensei em parar e o Antônio também queria que eu continuasse. Santa Fé mudou muito e eu me considero privilegiada por poder acompanhar e fazer parte de todo o progresso, e, principalmente, por poder ter ainda meu comércio há 50 anos. Agradeço a Deus por me dar saúde e disposição para o trabalho. Meu marido foi uma benção em minha vida e sou feliz porque ele foi muito bom para mim, pois tive um casamento feliz, e isso também é um dos motivos de podermos desfrutar tantos anos de um comércio bem sucedido, pois nos amávamos e amávamos o que fazíamos e, também, é por isso que têm pessoas que são desde aquela época nossos clientes. Até quando Deus permitir, continuarei trabalhando”, finalizou.

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