Anvisa deverá liberar a venda de alguns medicamentos sem prescrição médica
Medicamentos podem ficar, também, até 12,5% mais caros
Por Lucas Machado
Se aprovada uma nova regra da Anvisa – Agência Nacional de Vigilância Sanitária –, as vendas de medicamentos sem prescrição podem aumentar, e, de acordo com cálculos da Interfarma – Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa –, alguns medicamentos podem também ficar até 12,5% mais caros no dia 31 deste mês.
Esses medicamentos, sejam eles para dores, gripes e resfriados, desinfecção, dentre outros, são chamados de OTCs – Over de Counter –, que significa ‘Em cima do Balcão’, vendidos sem prescrição médica. A nova regra da Anvisa de facilitar a transformação de medicamentos tarja vermelha em OTCs pode causar grande impacto nas vendas dos mesmos, segundo o farmacêutico Francisco Fontenelli, da Drogaria Chico Farma.
Francisco relatou à reportagem de O Jornal que, geralmente, esses remédios são vitaminas, antigripais, analgésicos, colírios, lubrificantes etc. “Com certeza as vendas irão aumentar. Em relação ao mesmo período do ano passado, eu tive um aumento de 8% nas vendas desses medicamentos”, explicou ele.
Embora existam as vendas sem prescrição, Francisco relata que, dependendo de qual medicamento a pessoa usar, às vezes, ao invés de obter melhora, o problema pode se agravar. “Ainda não tem nada aprovado, mas os medicamentos que podem se transformar em OTCs são aqueles que não trazem riscos ao usuário. Anti-inflamatórios e antibióticos não deixarão de ser tarjados. A prescrição médica é importante, pois é necessário ser feito um diagnóstico correto do paciente, pois este pode correr riscos se fizer o uso de algum medicamento de maneira errada”, explicou.
O farmacêutico disse também que existe uma punição se medicamentos tarjados forem vendidos sem prescrição. “Existe uma interdição, o cancelamento da farmácia, e o farmacêutico responde por processo ético, de acordo com as leis vigentes da profissão, e fica sujeito à multa”, relatou.
Sobre o preço dos medicamentos, Francisco contou que nem todos irão ter aumento; entretanto, como ocorre anualmente em março, alguns poderão subir de 3 a 12,5%.