Com quase 15 anos como diretora da Eepim, dona Ercídia se despede de cargo
Ela, que é professora, começou sua carreira há 31 anos
Por Daniela Trombeta Dias
Após 14 anos e meio atuando como diretora da Escola Estadual Professor Itael de Mattos, Ercídia Francisco Moizés Cucolo, de 57 anos, chamada carinhosamente por alunos, professores e colegas de trabalho de Dona Ercídia, se aposentou recentemente. A publicação da aposentadora foi divulgada no Diário Oficial, no último dia 2.
Ela, que é nascida em Santa Fé, é filha de Bendito Francisco Moizés e Dunila Silva Moizés, que vieram de Votuporanga para Santa Fé onde adquiriram terras da Fazenda Caic. “Eles eram recém-casados. Eu e meus irmãos nascemos em Santa Fé. Sou a segunda filha e tenho mais três irmãos”, contou.
Dona Ercídia relatou que desde pequena sabia o que queria para sua profissão, e hoje possui um curriculum amplo.
Disse ainda que desde criança sabia que queria ser professora. “Eu chorava com cinco anos porque queira ir para a escola e não podia. Cursei o Ensino Médio na Eepim e, junto com o Ensino Médio, fiz o curso de contabilidade na Escola do Comércio. Depois, fiz magistério, também na Eepim, e faculdade de Educação Física na Funec, as duas ao mesmo tempo. Quando me formei, comecei a dar aula de contabilidade em Santana da Ponte Pensa e de Educação Física em Rubineia, e, durante este período, conclui a faculdade de Letras com especialização em Literatura, em Jales, na Fafic”, relatou.
Depois, ela disse que passou em um concurso para PEB 3, com cargo efetivo, ou seja, sendo professora titular, em Três Fronteiras. “Em seguida dei aula na Escola Marina de Oliveira, também como titular, onde ainda fui coordenadora. Posteriormente fui para a Escola Tereza Siqueira Mendes como professora titular e vice-diretora”, explicou.
Durante aquele período, dona Ercídia ainda se especializou em Pedagogia, Administração e Supervisão de Ensino. “Depois, fiz o curso de especialização de Gestão Escolar e de pessoas na Unicamp. Comecei atuar no serviço público da educação em 18 de fevereiro de 1977 e fiz inúmeros cursos de especialização durante a carreira.
Professora, coordenadora, vice-diretora, todos esses cargos foram exercidos por ela antes de ser conhecida e admirada como a diretora da Eepim. Ela passou no concurso para diretora de escola em 1º de janeiro de 1998. “Fui atuar em Bebedouro, depois fui assistente técnica na Delegacia de Ensino de Santa Fé, posteriormente fui supervisora na Diretoria de Ensino de Jales. Depois fui diretora na Escola no Corifeu, também em Jales, e quando meu cargo veio para
Santa Fé, em agosto de 2000 o assumi como diretora na Eepim”, explicou.
Para ela, o desafio de dirigir uma escola, a qual está deixando com 1.987 alunos e 123 funcionários e professores, é o de conquistar o trabalho em equipe. “Um administrador, um gestor, não trabalha sozinho. Para realizar um bom trabalho é preciso conquistar o respeito da equipe, não pelo cargo, mas por sua pessoa. Em meu dia a dia sempre fui muito feliz e sei que se precisar voltar onde já atuei como profissional terei as portas abertas, e isso é muito bom”, afirmou.
Segundo dona Ercídia, um dos desafios da escola pública é o de oferecer direitos iguais a todos os alunos, independentemente de suas condições sociais e financeiras. “É preciso atuar sem diferenças. Uma escola pública precisa ser igual para todos e de qualidade, e um dos meus focos sempre foi fazer acreditar que o aluno da escola pública pode ter um objetivo na vida e realizá-lo através da escola pública, e isso foi possível, pois nossos alunos se destacam nos cursos e estão sendo aceitos em faculdades Estaduais e Federais”, disse ela.
Para a diretora, é o momento certo para se aposentar. “Estou pronta e fechando um ciclo profissional em minha vida. Estou deixando a escola em funcionamento, com tudo em ordem, sem dívidas, com as aulas atribuídas e os cursos em andamento. Agradeço a todos que trabalharam comigo durante toda a minha carreira. Me sinto muito feliz, pois, sem eles, não teria minhas conquistas. Sempre busquei para os alunos da escola pública condições de competirem no mundo lá fora e se tornarem preparados profissionalmente. Nós investimos nos alunos, nas salas de aula como com a implantação de sala de Informática, de Química, do Centro de Línguas, na vinda da aplicação da prova do Enem na cidade, no Toefel, na Escola de Tempo Integral, e tudo isso é uma forma de possibilitar ao aluno formas de alçar voos. A Eepim é um patrimônio de Santa Fé e deve ser vista como tal. Saio satisfeita e realizada, pois participei da contribuição de projetos extremamente importantes para a escola, projetos estes que já estão encaminhados para continuarem acontecendo durante este ano”, contou.
Explicou também que o cargo de diretor está vago; porém, um edital já foi publicado para que seja atribuído e um diretor da região deverá assumir como substituto até a próxima remoção feita pela Delegacia de Ensino.
Ela, que é a diretora titular que mais atuou na escola, se despede de todos com felicidade. “Sei que vivi tudo o que deveria e poderia profissionalmente, e hoje, quando encontro alunos e ex-alunos que me tratam com receptividade e carinho, sei que tudo valeu a pena, e agradeço a todos por isso”, finalizou ela.