Famílias santafessulenses mantêm a verdadeira tradição do Dia de Finados

Publicado em 31/10/2015 00:10

Por Lucas Machado

DSC_3176Na segunda-feira, dia 2 de novembro, celebra-se, nacionalmente, pela Igreja Católica, o Dia de Finados, ocasião em que milhões de pessoas cumprem o ritual de ir até os cemitérios levar flores para depositar nas lápides em memória dos que se foram.
Segundo o padre Eduardo Lima, da Paróquia de Santa Fé do Sul, Finados, ou Dia de Finados, é o dia criado para honrar e lembrar as pessoas que já faleceram. “A palavra finado é um adjetivo que qualifica algo ou alguém que finou, que chegou ao fim, que está morto. Por esse motivo, o Dia de Finados também é conhecido como Dia dos Mortos. Nesse dia, as pessoas vão aos cemitérios levar flores, acender velas e rezar pelos entes queridos que já morreram”, explicou ele.
No Brasil, o Dia de Finados é feriado nacional. As tradições variam muito de acordo com o País. “No México, por exemplo, as celebrações duram três dias, quando, ruas são enfeitadas e são organizados vários desfiles”, disse.
O Dia de Finados é comemorado por ordem da Igreja Católica desde o século XI, que no século XIII determinou que esse dia deveria ser celebrado no dia 2 de novembro.
“É muito importante para a Igreja Católica que afirma que no Dia de Finados os vivos devem interceder pelas almas que estão no purgatório, esperando a purificação para entrarem no céu. O protestantismo não acredita na existência do purgatório e não cultiva o hábito de orar por pessoas que já faleceram, e, por esse motivo, não celebra esta data”, finalizou o padre Eduardo.
Como de costume, famílias católicas mantêm essa tradição, e a moradora de Santa Fé Maria Fátima Junqueira, de 59 anos, diz que mantém essa tradição há cerca de 45 anos. “Desde cedo meus pais me incentivaram a visitar. Tinha medo, mas isso virou tradição. Depois que meu pai morreu, em 1997, passei a visitar com mais frequência. Hoje, eu visito uma vez a cada dois meses, e, na época de Finados, levo flores, mantenho o túmulo limpo e passo essa tradição aos meus filhos”, disse Maria Fátima.
Filha de Benedicto Andrade Junqueira (in memoriam), e Rosária Rosa de Andrade (in memoriam), Maria Fátima relata que o Dia de Finados é um modo de estar presente, e fazer parte. “É sempre uma saudade e uma dor. Mas temos que relembrar daqueles que já se foram. Hoje, visito não só os túmulos de entes queridos mas de pessoas que nem conheço. Pois, ao meu ver, as vezes as pessoas se esquecem de orar pelas almas dos mortos, e nem passam pelos túmulos. Eu faço a minha parte”, contou ela.
Josiane Junqueira, de 25 anos, filha de Maria Fátima, contou à reportagem que há 18 anos, desde que sua avó Rosária faleceu, frequenta o cemitério constantemente. “Pretendo passar essa tradição ao meu filho Caio, de 11 meses, para sempre cultivar esse sentimento de que devemos orar pelos que já morreram, e visitá-los ainda após a morte”, finalizou ela.
A Missa de Finados será realizada no Cemitério São João Batista I, a partir das 7:30 horas, e será celebrada pelo padre Lorenzo.
Estima-se que cerca de 8 mil pessoas passem pelo local na data.

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