Juiz Eleitoral da 187ª Zona Eleitoral de Santa Fé do Sul faz um balanço das eleições do último domingo
Por Lelo Sampaio e Silva
A ocorrência de filas nas seções eleitorais foi relatada por eleitores em diversas cidades do país no último domingo (2). O tempo prolongado de espera foi atribuído à coleta de dados da biometria, que ainda não é obrigatória em todos os municípios.
O Jornal conversou com o Juiz Eleitoral da 187ª Zona Eleitoral de Santa Fé do Sul, José Gilberto Alves Braga Jr, que explicou que na Comarca a votação sem grandes intercorrências, com exceção da demora em algumas seções eleitorais. “A votação transcorreu como sempre. Nosso trabalho é garantir ao eleitor o livre exercício do voto, com tranquilidade e sem influências externas em sua decisão. Uma das características da 187ª Zona Eleitoral é garantir também a limpeza dos locais de votação. Para tanto, contamos com o auxílio das prefeituras da Comarca, que na madrugada fazem a limpeza, já que sempre há candidatos que desrespeitam a legislação e enchem as ruas com seus ‘santinhos’. Problemas casuais sempre existem, mas não há nada de relevância a ser observado entre um município e outro, com exceção da demora em algumas seções eleitorais”.
A ocorrência de filas nas seções eleitorais foi relatada por eleitores em diversas cidades do país. O tempo prolongado de espera foi atribuído à coleta de dados da biometria, que ainda não é obrigatória em todos os municípios. Doutor Braga ressaltou que as filas são comuns no dia da eleição, em determinados horários do dia, e que vários são os fatores.
Segundo ele, o principal deles decorre do fato de que a maioria dos eleitores prefere votar no período da manhã, o que gera as filas. “Esse problema foi agravado nesta eleição, que foi a primeira com o uso da biometria. Ocorreram inúmeros casos de dificuldade na leitura da impressão digital e o programa exigia quatro tentativas para só depois autorizar a votação sem aquela leitura. Esse é um fato que certamente será analisado pelo Tribunal Superior Eleitoral. Outro fato que gera atraso na votação é o número de cargos. Foram cinco eleições. Nem todos têm a mesma agilidade perante a urna. Idosos geralmente têm mais dificuldade. É bem diferente de uma eleição municipal, quando se vota para prefeito e vereador apenas”, destacou.
Não só na Comarca, mas em todo Brasil, a biometria não era obrigatória porque o recadastramento foi suspenso durante a pandemia. Portanto, nem todos os eleitores fizeram o recadastramento. Mesmo assim, todos os eleitores regularmente inscritos tiveram o direito de votar.
Embora não obrigatória a biometria nesta eleição, alguns eleitores que não fizeram o recadastramento tinham as impressões digitais lançadas nas urnas eletrônicas, o que fez com o que a Justiça Eleitoral determinasse que todos se submetessem à leitura da impressão digital. O Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo fez parceria com outros órgãos públicos, colhendo dados, o que possibilitou que eleitores que não fizeram o recadastramento tivessem suas impressões digitais registradas. Foram aproximadamente quatro milhões de eleitores nesta situação, aumentando o número de cadastramento da biometria. Foi este o motivo que gerou a exigência de que todos colocassem o dedo para a leitura.
“De forma alguma acredito que a biometria possa ser considerada obsoleta. Ela foi implantada para garantir que ninguém vote em nome de outro eleitor. É mais uma garantia ao eleitor. Ao conferir a impressão digital, o sistema libera a votação do eleitor. Antes, a liberação se fazia com a conferência do título e digitação do número. O que se deve buscar agora é o aprimoramento para que não ocorra a demora na liberação do eleitor”, disse o Juiz.
O Juiz Eleitoral da 187ª Zona Eleitoral de Santa Fé do Sul disse não acredita que o problema da biometria possa ser resolvido de forma imediata. “Não acredito que seja possível resolver essa questão da biometria no segundo turno. Como eu disse, esta foi a primeira eleição com seu uso, ou seja, foi um teste, e certamente a dificuldade de leitura será analisada e resolvida pelo Tribunal Superior Eleitoral para eleições futuras. Como será uma eleição mais rápida, apenas para presidente e governador, a votação não vai demorar. Os municípios que compõem a 187ª Zona Eleitoral são pequenos e os locais de votação de fácil acesso, de modo que recomendo aos eleitores que se, ao comparecerem, notarem a existência de filas, escolham outro horário para votar”.
“A 187ª Zona Eleitoral de Santa Fé do Sul é a maior do Brasil, não em número de eleitores, mas em número de municípios. Nossa Comarca é composta de sete municípios, sendo eles Santa Fé do Sul, Três Fronteiras, Nova Canaã Paulista, Santa Rita D’Oeste, Santa Clara D’Oeste e Rubineia. Logo, a preparação de uma eleição é trabalhosa e exige muito dos funcionários do Cartório Eleitoral, aos quais rendo meu agradecimento e minhas homenagens. Aproveito também para reiterar meu agradecimento a todos aqueles que trabalharam no primeiro turno e que trabalharão no segundo. Uma eleição na nossa Zona Eleitoral exige a participação de aproximadamente 700 pessoas, entre mesários, representantes do Juiz Eleitoral em cada local de votação, funcionários das escolas, policiais civis, militares e guardas municipais. Deixo aqui meu agradecimento e minhas homenagens a todos aqueles que comigo trabalharam no primeiro turno e que voltarão no segundo turno”, finalizou o o Juiz Eleitoral da 187ª Zona Eleitoral de Santa Fé do Sul, José Gilberto Alves Braga Jr.