Lar Madre Paulina celebra 20 anos de funcionamento em Santa Fé
Por Bárbara Scholl
No último sábado (9), o Lar Madre Paulina da Estância Turística de Santa Fé do Sul completou 20 anos de fundação, na mesma data que a igreja celebra o dia de Santa Paulina.
Já na sexta-feira (8), o vice-guardião geral da Fraternidade São Francisco de Assis na Providência de Deus, Frei Eliseu da Silva, fez uma celebração de ação de graças. Em seguida, teve um almoço para as acolhidas, familiares e convidados.
Estiveram presentes na celebração o prefeito de Santa Fé do Sul, Evandro Mura; o vice-prefeito, Fernando Benitez; as damas Elaine Mura e Fernanda Benitez; representando o deputado estadual Itamar Borges, Mara Amaral; e representantes do cursilho, grupos de oração de Santa Fé do Sul e Três Fronteiras e Pastoral da Sobriedade.
Em entrevista a O Jornal, a irmã e coordenadora do Lar Madre Paulina, Clara Berti, disse que além da celebração da missa, foi realizada a cerimônia de alta melhorada de quatro acolhidas, que são mulheres que concluíram o tratamento no lar. Houve também homenagens às autoridades, benfeitores e voluntários.
Para ela, realizar essa celebração foi uma alegria. “São 20 anos a serviço da vida, acolhendo e cuidando de mulheres em um estado de sofrimento muito grande, vítimas de exclusão e preconceito. Muitas vidas foram recuperadas, famílias restauradas. Dessa forma, celebrar 20 anos de dedicação é uma sensação de gratidão, ao mesmo tempo em que renova o nosso chamado de continuar a serviço”.
De acordo com a irmã, o Lar Madre Paulina nasceu no dia 9 de julho de 2002, dia em que Santa Paulina foi canonizada pelo Papa João II. Ela foi considerada a primeira santa brasileira e houve grande comoção e devoção popular na época de sua canonização.
“Um fato interessante é que a fundação da obra nesta data não foi planejada. A mudança deveria ter acontecido meses antes, mas sempre acontecia alguma intercorrência. A chegada dos voluntários e acolhidas aconteceu justamente na mesma data da canonização e, por isso, a casa recebeu o nome de Lar Madre Paulina. A história de Santa Paulina é muito bonita e tem tudo a ver com a recuperação. Ela suportou grandes sofrimentos em vida, e ensinou em seu testamento para não desistir nem desanimar jamais, embora venham ventos contrários”, explicou Clara.
Questionada se imaginou que o lar completaria 20 anos de funcionamento na cidade, ela disse que “quando iniciamos uma missão, temos sempre a esperança de que ela frutifique. É para isso que trabalhamos. O Frei Francisco sempre nos ensina que o trabalho realizado nas comunidades para dependentes químicos é de extrema importância, mas a nossa maior alegria seria se pudéssemos fechar as nossas casas, se estivéssemos livres do mal das drogas e do alcoolismo. No entanto, dada a nossa realidade, desejamos que a missão continue e exerça o seu papel de ajudar as mulheres na reconstrução das suas vidas”.
O Lar Madre Paulina é uma comunidade terapêutica para mulheres adultas que oferece tratamento gratuito e voluntário para dependência química. São 35 leitos, mantidos em parceria com a Secretaria de Saúde, prefeitura, e doações, além da parceria com o Unifunec, através dos cursos de Medicina, Enfermagem, Educação Física, Odontologia e Técnico de Enfermagem, promovendo um intercâmbio de conhecimento entre alunos e acolhidas. A casa conta ainda com a ajuda de muitos voluntários que fazem grupos de oração e motivação com as acolhidas.
A equipe do lar é formada por médico, enfermeira, assistente social, psicólogas, monitoras e religiosas. O tratamento propõe o desenvolvimento e despertar de novos comportamentos, promovendo a reorganização bio, psíquica e social da mulher.