Novas regras para a quitação das dívidas com o cartão de crédito já estão valendo
Por Vinicius da Costa
Desde o dia 3 deste mês, o cartão de crédito passou a ter novas regras para reduzir a inadimplência e evitar o superendividamento. Na prática, o consumidor não vai mais ficar preso ao rotativo do cartão, popularmente conhecido como pagamento mínimo da fatura.
Sempre que o consumidor entrar no crédito rotativo, depois de 30 dias o banco terá de oferecer ao cliente um parcelamento do saldo devedor. O consumidor também fica com a opção de, depois desse prazo, fazer o pagamento à vista. Caso ele não escolha nenhuma das duas alternativas, ficará inadimplente.
A expectativa do governo é de que as taxas de juros caiam pela metade e o cliente fique por menos tempo no rotativo do cartão.
Antes dessas novas regras, se o cliente com uma fatura de mil reais, mas tivesse apenas R$ 150,00 para pagar, a dívida poderia se tornar impagável. No primeiro mês, o saldo devedor saltaria de R$ 850,00 para R$ 948,72. No fim do sexto mês estaria em R$ 1.708,90.
Cartão de crédito bola de neve
A dívida, se não quitada integralmente, sobe muito rapidamente em função dos juros. O cartão de crédito é uma das modalidades com as taxas mais elevadas do mercado brasileiro. Em dezembro do ano passado, segundo o Banco Central, ela chegou a 484,6% ao ano – o equivalente a 15,85% ao mês.
Com taxas tão elevadas, se tornou comum clientes ficarem inadimplentes. A conta começava relativamente pequena e, depois de alguns meses, era quase impossível de ser paga. O consumidor precisa negociar com o banco para obter um desconto e para conseguir um refinanciamento.
Parcelamento do cartão de crédito
Agora, se o cliente fizer uma fatura de mil reais, mas pagar apenas R$ 150, ele entra no rotativo apenas por um mês. Ou seja, depois de 30 dias, a conta dele sobe de R$ 850,00 para R$ 948,72.
No entanto, o banco terá de contatar o consumidor e perguntar se ele quer parcelar ou pagar à vista. Caso o consumidor não fizer nenhuma dessas escolhas, se tornará inadimplente e pagará uma taxa elevada de juros.
Em entrevista a O Jornal, o contador Olimpo Silva, da Pechoto Assessoria Contábeis, informou que para o cliente isso é uma grande vantagem, pois as taxas do rotativo irão diminuir. “Isso é algo ótimo, pois teremos menos pessoas endividadas, e as que tiverem alguma pendência poderão saná-la de forma rápida sem juros absurdos, e, além disso, os bancos terão menos credores e gastarão menos com envio de correspondência informando a dívida e deverão menos ao Banco”, relatou Olimpo Silva.