Padre Eduardo Lima foi transferido para Urânia

Por Lucas Machado

Em Santa Fé desde o ano de 2012, este ano, o padre Eduardo Lima foi transferido para Urânia, ainda pertencente à Diocese de Jales. A posse de Eduardo naquela cidade se deu com a celebração da Santa Missa, no dia 17 desse mês.
Em entrevista a O Jornal, Eduardo contou que recebeu a notícia no final de novembro do ano passado.
“Não há motivo específico, apenas as necessidades da Igreja. Todo padre é missionário, tem que estar pronto a responder ao chamado do Espírito, que nos envia a novas oportunidades de evangelizar. Citando o Papa Francisco ‘a missão dos servidores da Palavra – bispos, sacerdotes, religiosos e leigos – é colocar a todos, sem excluir ninguém, em relação pessoal com Cristo’”, relatou ele.
Eduardo disse ainda que não escolheu o local da transferência. “Fui inquerido se aceitaria a transferência e é claro que aceitei. Sempre direi sim à minha Igreja. Um padre sempre tem que estar preparado para esta ocorrência em sua vida. Como tenho dito, tenho que estar sempre de malas prontas. Ainda assim a surpresa está presente nestes momentos. Há todo um processo de desapego das atividades, da comunidade, dos amigos, dos outros padres que convivi em Santa Fé do Sul, como o padre Lorenzo e Edevaldo, mas uma vez assimilada, olho para frente com alegria e foco nas inúmeras possibilidades de trabalho que terei aqui em Urânia”.
Questionado sobre como foi recebido em Urânia, Eduardo relata que foi “de uma maneira muito emocionante. A comunidade católica de Urânia preparou a missa de posse de forma maravilhosa, com a igreja tomada pelos fiéis. Senti-me querido, seguro e confortável e ao mesmo tempo apoiado pela comunidade, o que sem dúvida, facilitará e muito meu trabalho”.
O padre afirmou que a comunidade de Santa Fé sempre será importante em sua história e que aqui recebeu apoio e carinho em todos seus projetos.
“Fiz amigos, e a vivência acolhedora com a comunidade foi essencial para que juntos pudéssemos ser a Igreja proposta pelo Papa Francisco, uma Igreja em Saída: próxima, aberta, capaz de sair de si para ir ao encontro das pessoas por caminhos novos. Feita de amor incondicional, de misericórdia e de compaixão. Minha missão é uma paixão por Jesus Cristo e, ao mesmo tempo, uma paixão pelas pessoas. Agradeço a toda a comunidade por esta oportunidade e os deixo com as bênçãos de Deus”, finalizou.
Projetos
Em quatro anos que esteve em Santa Fé, o padre Eduardo foi responsável por muitos projetos na cidade, mas, de acordo com ele, os que são contínuos são as missões humanitárias da ONG Univida e a Chácara Jerusalém.
“Sempre tive grande identificação pelos universitários. Em Santa Fé do Sul pude ampliar as ações que envolvem estes jovens. Quase de imediato já pude contar com a colaboração destes na Campanha da Fraternidade de 2012. Iniciei a celebrações das missas universitárias, sempre celebradas em horário improvável, às 23:00 horas, que tornou-se um ponto de referência e encontro dos universitários. A necessidade de levá-los ao encontro de outra realidade, em processo dinâmico de humanização, culminou nas missões humanitárias, que são cinco ao todo. Sempre trabalhando em prol dos indígenas da Reserva Indígena de Dourados”, disse.
Outro projeto é a Chácara Jerusalém, que funciona como uma clínica de reabilitação. “O engajamento junto à Chácara Jerusalém proporcionou-me grande crescimento pessoal. Cresci em amor pelos internos, dependentes químicos. Conheço suas histórias, seus dramas pessoais e suas lutas contra a dependência. Acompanho esta jornada diária, respeito o tempo de cada um e os chamo pelo nome. São meus amigos. Tenho uma rotina naquele lugar, lá me renovo para o trabalho da paróquia, e compartilho com estes amigos, algo que é pertinente aos homens, a esperança. Esperança pela superação, esperança para a conquista de uma nova vida, esperança de renovação”.
Ele contou também que tem um projeto para empresas, bancos, escolas, Santa Casa, e AME, de humanização no trabalho; campanhas de arrecadação de alimentos e roupas, visitas à comunidade com os universitários durante as Campanhas da Fraternidade, e atendimentos em locais em risco social.
“Como coordenador diocesano da Pastoral Universitária tenho como propósito manter o trabalho iniciado com os universitários. Tanto que a missa universitária já tem data para acontecer, que é no dia 24 de fevereiro, as 23:00 horas, na capela do Jardim Mangará, próxima ao campus II da Funec, para acolher os calouros e abençoar os outros estudantes que retornam para o ao letivo. Darei continuidade às missões, continuarei a aproximar os universitários daqueles esquecidos, estimulando e facilitando o trabalho voluntário. Sinto-me convicto da necessidade de prosseguir neste caminho. E a Chácara Jerusalém pode contar com meu apoio contínuo no trabalho de resgaste da dignidade fraterna daqueles irmãos dependentes químicos”, finalizou o padre Eduardo Lima.