Papa fala sobre exorcismo e padre Eduardo Lima confirma que prática nunca foi abolida
Padre Eduardo Lima diz que exorcismo deve ser levado a sério, e não banalizado
Papa Francisco refere-se com frequência ao trabalho do Diabo
Por Daniela Trombeta Dias
O Papa Francisco deu apoio ao exorcismo na Igreja Católica, depois de um grupo de padres que reclamam salvar pessoas expulsando os espíritos malignos ser reconhecido oficialmente pelo Direito Canónico, e o assunto voltou a ser um dos mais discutidos em todo o mundo.
De acordo com o jornal oficial do Vaticano, o «L’Osservatore Romano», a Associação Internacional de Exorcistas, composta por 250 padres que alegam combater as forças do mal em mais de 30 países, viu os seus estatutos aprovados pela Congregação para o Clero. A decisão dá reconhecimento legal à prática do exorcismo.
O Papa Francisco refere-se com frequência ao trabalho do Diabo. No ano passado, foi filmado com as mãos sobre a cabeça de um menino numa cadeira de rodas, naquilo que foi interpretado por muitos como um ato de exorcismo. Oficialmente, o Vaticano minimizou a situação e garantiu tratar-se apenas de uma oração.
Segundo o padre Eduardo Lima, da Igreja Católica de Santa Fé, o exorcismo nunca foi abolido da Igreja. “O exorcismo é algo sério e tem casos registrados que até viraram filmes baseados em relatos oficiais, e a Igreja Católica possui um ritual em casos em que o mesmo é necessário, sendo este um ritual oficial do Vaticano”, informou ele.
O padre disse ainda que toda a diocese possui um exorcista. “Mas este deve ser padre e, em situações em que há uma pessoa possuída, o padre vai até o local onde essa pessoa está para fazer uma visita, conversar com ela, ou seja, fazer o primeiro contato para identificar se é ou não o caso de exorcismo. Isso porque hoje em dia acontece a banalização do exorcismo, pois, ao invés de ser tratado como algo sério, tem igrejas que fazem disso um show, e há muitas situações em que as pessoas não estão realmente possuídas”.
Afirmou ele ainda que nesses casos de expulsar o demônio, a Igreja recorre, sim, ao exorcismo, mas o mesmo não é feito de qualquer forma. “A prática do exorcismo é levada a sério, e em casos extremos é preciso até autorização do bispo. A Igreja reconhece o exorcismo, pois há muitos casos já confirmados pelo Vaticano, mas é algo que deve ser levado muito a sério e não banalizado”, finalizou ele.