Santafessulenses não aguentam mais ouvir falar em corrupção e crise financeira
Por Lucas Machado
É sabido que a população brasileira já não aguenta mais os jornais ou noticiários de TV e rádio divulgarem notícias sobre escândalos de corrupção dos mais variados gêneros que têm acometido o País.
Nas últimas semanas, a notícia de que o ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva teria sido levado para depor junto à Polícia Federal inundou a principal rede social mais usada pela população, o Facebook. Críticas, comentários de apoio e de escárnio, indignação e sarcasmo foram proferidos pela grande maioria dos brasileiros. Uns, dizendo que não aguentam mais, outros, indignados ou apoiando o ex-presidente.
Diante disso, a reportagem de O Jornal conversou com alguns cidadãos santafessulenses para saber do posicionamento dos mesmos quanto à política nacional, e o que pensam ou esperam do País, que vem enfrentando, também, uma forte crise econômica.
Para o santafessulense Jacinto Sorato, a informação é essencial. “Como dizia o velho guerreiro, ‘quem não se comunica, se trumbica’ e, como se comunicar sem informações? É evidente que o povo está cansado de ouvir mensagens políticas utópicas e de ouvir falar em corrupção, mas entendo que a população deveria estar cansada é de sua própria inércia. O povo não reage. Estão roubando o futuro dos nossos filhos e netos. Roubam nossa segurança, educação, saúde, e ficamos inertes”, comentou ele.
Jacinto relatou ainda que são desses problemas que os cidadãos deveriam estar cansados. “Na verdade, a democracia exige participação constante e vigilância diária. Não há como desassociar a política de nossas vidas. Tudo passa pelas decisões politicas tomadas dentro dos gabinetes. Bill Gates já dizia que ‘a maneira como você coleta, gerencia e utiliza as informações, determina se você vai perder ou vencer’. Aí está o motivo das nossas dificuldades. Ouvimos, portanto, coletamos informações, mas a maneira como a sociedade gerencia e utiliza as informações coletadas é que está errada. Somos vítimas das nossas próprias atitudes, ou melhor, das nossas inércias. A indignação precisa vir acompanhada de atitudes concretas”, finalizou.
O advogado santafessulense Gilberto Antônio Luiz relatou à reportagem que está totalmente afastado de questões político-partidárias; entretanto, como cidadão falou que “tenho que dizer que no momento de crise é difícil opinar, mas temos todos que assumir responsabilidades, e sabemos que o mercado interno brasileiro é extraordinário e o nosso povo é diferenciado. Agora, a solução para a crise tem que ser pacífica, tranquila e dentro do jogo democrático, sem revanchismo, retaliação ou retrocesso, sabendo que o caminho democrático é o único caminho possível para a solução da crise econômica”.
Segundo ele, o combate à corrupção é ótimo. “Temos que combatê-la, cotidianamente, incansavelmente, em todos os setores, seja político, esportivo, religioso e inclusive na nossa postura diária, e temos que dar exemplos na conduta, e não apenas na teoria. O povo sempre quer mais e é bom que seja assim; quer mais emprego, salário, educação e acesso ‘a distribuição da riqueza’ que, afinal, é produzida por todos”, finalizou Gilberto.
Para a psicóloga Josiane Junqueira Venâncio, o Brasil está uma vergonha. Indignada, ela relata que a maioria dos políticos não liga para a população, e, sim, para seus próprios interesses.
“São políticos desonestos, e boa parte da população se vende por programas sociais, ao invés de priorizar a oportunidade de um emprego, uma boa educação, a segurança e principalmente a saúde. É fácil dispor de dinheiro para ganhar votos e mantê-los no governo. Diante dos milhões que são retirados dos cofres públicos, é coisa pouca, comparada com o que poderia ser investido em todos esses requisitos para um País melhor. Sinceramente, tenho medo do futuro e vergonha desse País, que deveria ser denominado de ‘Pátria Nossa’. A Pátria é da corrupção, da vergonha, da desonestidade, de políticos safados que mandam seus filhos pra fora do País pra estudar, enquanto nós, povo brasileiro, ainda lutamos pra proporcionar uma educação de casa. Só Deus para saber o que nossas crianças vão enfrentar com o déficit de respeito que esses tais governantes têm com o nosso País”, finalizou ela.