Secretária Municipal de Educação faz balanço geral das conquistas para Sant Fé
Entendemos que todos os funcionários têm que estar juntos, trabalhando numa sintonia, e, desde que assumi a Secretaria, sempre prezei pelo respeito mútuo, até porque todos são responsáveis pela formação de cada aluno
“Hoje, a cidade conta com quase 1.500 alunos na creche e pré-escola”
Por Lelo Sampaio e Silva
Um relatório divulgado recentemente pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), mostra que somente um terço dos países alcançou as seis metas de educação estabelecidas há 15 anos para o período de 2000 a 2015, ou seja, expandir a educação e os cuidados na primeira infância, especialmente para as crianças mais vulneráveis; alcançar a educação primária universal, particularmente para meninas, minorias étnicas e crianças marginalizadas; Garantir acesso igualitário de jovens e adultos à aprendizagem e a habilidades para a vida; alcançar uma redução de 50% nos níveis de analfabetismo de adultos até 2015; atingir a paridade e a igualdade de gênero; melhorar a qualidade de educação e garantir resultados mensuráveis de aprendizagem para todos.
Segundo o relatório, o Brasil chegou a duas dessas metas: universalizar o acesso à educação primária (1º ao 5º ano do ensino fundamental) e atingiu a meta da igualdade de gênero, levando meninos e meninas às aulas em grande proporção.
Entretanto, o Inep – Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais –, autarquia do Ministério da Educação, contesta os números e vê grandes avanços no acesso à educação na pré-escola, no ensino profissionalizante e no combate ao analfabetismo.
Em entrevista a O Jornal, a secretária de Educação Marilza de Almeida Marques fez algumas observações relevantes, como as dificuldades que encontrou assim que assumiu a Secretaria Municipal de Educação, em 2009, ainda na gestão do ex-prefeito Toninho Favaleça; e várias conquistas, como reformas e manutenção das escolas; a construção de novas creches e de salas de aulas; compra de diversos equipamentos e implantação de projetos em Santa Fé do Sul.
Para ela, no início de 2009, vários problemas foram detectados, como algumas instalações físicas das escolas do Ensino Fundamental que apresentavam salas de aula com problemas no telhado. “Além de muitas salas não terem portas, sempre que chovia muito, tínhamos que retirar os alunos do espaço, pois caía muita água do telhado”, disse.
Inicialmente o grande problema enfrentado foi estrutural, iniciando-se a reforma e ampliação das escolas Benedito de Lima e Sueli Sartori Gonzales, e, gradativamente com as demais.
“Evidentemente que não terminamos ainda todas as reformas, pois restam ainda reformar as escolas Tereza Siqueira Mendes e Agnes Rondon Ribeiro”, afirmou.
Houve também a necessidade de uma manutenção mais rigorosa em todas as unidades, pois, segundo a secretária, não adianta reformá-las e não mantê-las. “Assim, no decorrer desses seis anos, procuramos verificar frequentemente o que é necessário ser feito, seja com relação à pintura externa de uma escola, seja a troca ou reforma de um ou outro item, até porque é extremamente importante que os prédios escolares, além de terem todas suas facilidades funcionando corretamente, tenham uma boa aparência e que estejam conservados”, disse.
Somente a título de comparação, quando a secretária assumiu a pasta, as creches do município possuíam quatro salas cada; e hoje cada unidade conta com oito ou nove.
“Para que tenhamos uma ideia, a Casa da Criança tem hoje cinco salas, e dentro em breve disponibilizaremos mais quatro salas, com berçários de ponta, cozinha e banheiro inerentes à idade dos alunos”, explicou.
Aquisições
No início de 2009, havia somente uma máquina de xérox na Secretaria de Educação, que fazia o trabalho para todas as escolas da Rede Municipal, e hoje todas as escolas possuem um aparelho, além de 300 computadores para os alunos e professores, geladeiras, freezers e aparelhos de micro-ondas, para professores e funcionários, bem como diversos armários, mesas e carteiras.
Segundo ela, praticamente todas as escolas estão climatizadas, exceto a Agnes Rondon Ribeiro e Tereza Siqueira Mendes, pois, em virtude da fiação antiga o padrão de energia dessas escolas terão que ser trocados para que possam suportar os aparelhos de ar-condicionado já adquiridos, haja vista serem de 60 mil BTUs. Sendo assim, todas as creches estão climatizadas, seja com ar-condicionado ou com climatizador.
Para se ter uma ideia do avanço, antigamente os laboratórios de informática contavam com 17 microcomputadores, hoje são 34, além dos projetos implantados, como ‘Atualiza Professor’, ‘Informática da Comunidade’, com aproximadamente 500 pessoas da cidade que vão as escolas fazer o curso de computação, além dos cursos de Secretariado, de Montagem e Manutenção de Microcomputadores, dentre outros.
Recursos
De acordo com Marilza, foram contratados mais inspetores de alunos, pois antes praticamente inexistia esse profissional nas escolas, e pelo menos 160 universitários da Funec, sejam bolsistas ou contratados, estão trabalhando na Rede Municipal de Educação auxiliando nos projetos de inclusão social, pois, no município, existem pelo menos 80 crianças com diversas patologias, como Síndrome de Down, hidrocefalia, mieloceli, autismo, deficientes visuais e deficientes intelectuais.
“O interessante é que hoje famílias de outros municípios têm vindo morar em Santa Fé do Sul exatamente para que seus filhos com algumas dessas patologias sejam matriculadas na cidade, até porque Santa Fé é uma das cidades que oferece o trabalho de um cuidador para as crianças com necessidades especiais”, contou.
Em fevereiro do ano passado, foi implantado ainda o trabalho dos ADIs – Auxiliares de Desenvolvimento Infantil –, profissionais com ensino superior, capacitados pela Funec, em cada berçário, que, juntamente com o professor, cuidam das crianças, pois, trocam, dão banho e papinha para criança, sob o comando do professor, além de ajudarem os professores, uma vez que ficam em sala no horário de almoço dos mesmos.
Atualmente, praticamente em todas as escolas, nos berçários, houve uma separação de alunos, ou seja, B1 e B2, o primeiro para alunos de 6 meses a 1 ano, e o segundo de 1 a 2 anos, em um total de aproximadamente 24 unidades.
“Com isto, observamos a demanda para vaga em creche aumentou muito e então agora estamos nos focando em construções de mais salas e creches, e, com todas essas ações, até o final do ano, pelo menos mais 370 vagas estarão disponíveis, até porque entendemos que para melhorar a Educação, a saída é valorizar cada vez mais nossos professores, e Santa Fé tem hoje um plano de carreira, e o mesmo é seguido rigorosamente” afirmou a secretária.
Nova jornada de trabalho
Hoje, a nova jornada de trabalho, segundo a secretária, foi reduzida, ou seja, o professor que tem quarenta horas/aula semanais trabalha 27 horas, com mais 13 horas para preparar aulas, corrigir tarefas, participar de reuniões com pais, dentre outras atividades inerentes ao seu trabalho.
“Acreditamos que não estejamos contratando demais profissionais, até porque no início de 2009 tínhamos pouco mais de 100 crianças no pré e aproximadamente 200 alunos nas creches. Hoje, a cidade conta com quase 1.500 alunos na creche e pré-escola, sem contar que, atualmente, um dos grandes avanços da Educação é a existência do coordenador, pois é ele quem acompanha o professor, atende os alunos, pais de alunos, ou seja, vê todas as necessidades do aluno”, disse Marilza.
Funcionários
A secretária de Educação afirmou que “já estamos pensando em uma forma de fazer com que nossos secretários ganhem mais, até porque seus salários estão defasados, pois o tipo de concurso dos mesmos não os favoreceu nesse sentido. As merendeiras, as auxiliares de serviços gerais, dentre outras, precisam ser mais valorizadas e nosso propósito será agora também atender as reivindicações desse pessoal”.
“Temos um carinho muito especial por eles; e entendemos que todos os funcionários têm que estar juntos, trabalhando numa sintonia, e, desde que assumi a Secretaria, sempre prezei pelo respeito mútuo, até porque todos são responsáveis pela formação de cada aluno”.
Para Marilza, o grande problema atual no mundo é o de relacionamento entre as pessoas, até porque ela entende que ninguém é dono da escola, da Secretaria, e que todos estamos aqui só de passagem.