Secretário Municipal de Educação fala das mudanças já realizadas

Publicado em 11/02/2017 00:02

Por Lelo Sampaio e Silva

educaçãoO entrevistado da semana é o secretário Municipal de Educação, Carlos Rogério Garcia, funcionário de carreira da Prefeitura de Santa Fé, concursado desde 1996, foi secretário de Saúde no primeiro mandado do ex-prefeito Itamar Borges, tendo sido secretário de Planejamento no terceiro mandato também na gestão do ex-prefeito.
Foi secretário Municipal de Saúde no último ano de mandato do ex-prefeito Antonio Carlos Favaleça, cargo que exerceu até o ano passado, na gestão do ex-prefeito Armando Rossafa. Trabalhou na Santa Casa de Votuporanga como controlador de produção daquela entidade, tendo voltado a Santa Fé quando da instalação do AME, onde exerceu a mesma função, fazendo todo o controle de contratos, produção dos médicos, metas a serem atingidas, controle de qualidade, dentre outras funções.
É formado em Ciências, com Licenciatura Curta; e Matemática, com Licenciatura Plena, com especializações voltadas em Gestão de Pessoal, além de cursos hospitalares.
Sobre os trabalhos já realizados na Secretaria de Educação, Carlos Rogério disse que, quando foi convidado para assumir a Secretaria, o prefeito Ademir Maschio e seu vice Alcir Zaina expuseram algumas situações que haviam verificado durante a companha eleitoral, em conversa com a população.
“Começamos a conversar sobre quais eram as prioridades e o que poderia ser melhorado em um sistema de ensino que já é bom, que já vem de uma construção de anos, desde a época da então secretária Municipal de Educação Ana Keila Abbud Chierice. Uma das prioridades é colocarmos no mesmo patamar o sistema pedagógico e a questão financeira da Secretaria de Educação, uma vez que temos hoje um desiquilíbrio entre as contas a serem pagas e os recursos que temos”, disse.
O secretário afirmou também que houve a necessidade de implantar algumas ações administrativas, como a redução do número de coordenadores pedagógicos, sem que houvesse prejuízo algum para os alunos.
“Iremos agora montar, para passar a funcionar já no próximo ano, juntamente com os professores, diretores, coordenadores e supervisores pedagógicos, um rodízio desses profissionais de modo a ter uma equidade entre as escolas, fazendo com que elas tenham as mesmas oportunidades”, explicou.
O ensino, que é dividido em Infantil e Fundamental, foi discutido amplamente entre o secretário e a Administração. “O sistema do ensino infantil, da creche até a pré-escola, permanece como está, com um diretor e um coordenador pedagógico em cada uma das unidades escolares. Entretanto, para o ensino fundamental, teremos em breve um coordenador por área de atuação, como um de Matemática, um de Ciências, outro de Língua Estrangeira, e assim por diante, e isso foi pensado justamente para que ele atue, do 1º ao 9º ano, acompanhando o desenvolvimento de todas as séries”, ressaltou.
Ele relatou que a Secretaria já está revendo alguns contratos, no sentido de reduzi-los em pelo menos 30% de seu valor global, sem que haja qualquer diminuição na qualidade dos serviços prestados. “Desta forma, diminuindo gastos, poderemos aplicar esse recurso no sentido de termos mais coordenadores, em suas áreas específicas, atendendo nas várias escolas do município”, disse.
Ele explicou que nesta semana o foco foi fazer com que os professores concursados assumissem suas aulas dentro da grade da Secretaria Municipal de Educação. “Tínhamos um alto índice de afastamento de professores para tratamentos de doenças, ou outras situações, o que fazia com que a Secretaria tivesse, então, que contratar outro professor, ou seja, éramos obrigados a pagar dois professores para a mesma sala”, disse.
Ele ressaltou que existem casos em que, após assumir suas classes, os professores apresentam problemas de saúde, até mesmo casos de gravidez, e munidos de atestado médico ou qualquer outro tipo de documento que comprove que eles não podem realizar suas atribuições por tempo determinado, ou até mesmo indeterminadamente, são afastados do trabalho, recebendo, então, 22 horas/aula por semana, determinadas por lei.
“O que não podemos deixar é que alguns professores peguem as 40 horas semanais e logo peçam o afastamento, recebendo pelas 40, e não pelas 22 horas”, ressaltou Carlos Rogério Garcia.
“Desta forma, na segunda, terça e quarta-feira da semana passada fizemos a atribuição de aulas dentro da premissa de que todos os professores que pegassem aulas efetivamente estivessem em sala de aula. Não atribuímos, em um primeiro momento, qualquer tipo de projeto aos professores de apoio. Assim, pegamos todos os nossos professores com capacidade laboral e os colocamos em sala de aula. Somente os munidos de atestado e afastamentos devidamente documentados permanecerão afastados”, explicou o secretário.
Na última quarta e quinta-feira, dias 7 e 8, houve a atribuição de aulas para os professores substitutos que estão no Processo Seletivo em vigor, porque algumas salas de aulas estavam sem professores efetivos por causa do afastamento.
“Em relação ao equilíbrio financeiro, estamos também fazendo uma projeção de gastos e do número de alunos para os próximos quatro anos. Mesmo porque duas creches serão inauguradas ainda este ano, com capacidade para 300 vagas, e com uma fila de espera de mais de 300 crianças, o que elevará os custos da Secretaria. Desta forma, como nossa projeção não acompanha os gastos, temos que implantar neste momento ferramentas que nos permitam suportar o ingresso dessas crianças e dos novos profissionais dentro do orçamento e com uma previsão menor”, disse ele.
Carlos Rogério afirmou que não pode haver qualquer tipo de desequilíbrio entre as partes financeira, administrativa e pedagógica, e nenhuma perca por parte do alunos.
Santa Fé do Sul tem um índice de investimento em termos financeiro maior que muitos municípios do Estado de São Paulo e apresenta o Ideb – Índice de Desenvolvimento da Educação Básica – em um ótimo patamar; porém, existem cidades com índice bem maior e com um investimento muito semelhante. “Assim, pretendemos, juntamente com todo o corpo de professores, diretores e coordenadores pedagógicos, fazer uma reavaliação da nossa estrutura de ensino, observando nossos pontos fortes e fracos, de modo a poder trabalhar com os alunos de maneira geral, e não setorizado, até porque não poderemos admitir que haja qualquer tipo de competição entre as escolas, pois todas devem ter o mesmo padrão de ensino e com a mesma oportunidade para todos os alunos”, afirmou o secretário.
Para o secretário é importante que ocorra um rodízio de diretores e de coordenadores, por um período pré-fixado, para que não crie raízes em uma só unidade, além de terem a oportunidade de levar suas experiências para outras escolas.
Santa Fé do Sul conta atualmente com 1.400 alunos no Ensino Infantil e 2.600 alunos no Ensino Fundamental, e é uma cidade sem evasão escolar, distribuídos em 18 escolas, sendo 10 de Ensino Infantil e 8 do Fundamental.
“Como neste ano haverá a Prova Brasil, que é uma avaliação por aproveitamento de Língua Portuguesa e Matemática para os quintos e nonos anos, pretendemos dar mais apoio para que nossos alunos tenham um bom desempenho pois, através das notas da Prova Brasil, seremos norteados para trabalhar todos os anos do Ensino Fundamental”, esclareceu o secretário.
Ele explicou também que há uma grande quantidade de alunos vindos de outros municípios. “Iremos fazer um recadastramento de todos os alunos para verificar qual seu município de domicílio e ver por qual motivo esses alunos estão em Santa Fé. Evidentemente que não pretendemos tirar alunos daqui; entretanto, é necessário que estudem nas cidades onde moram, e não aceitar suas matrículas simplesmente pelo fato de eles preferirem aqui estudar, salvo em algumas condições especiais, onde os pais, por exemplo, trabalham em Santa Fé e o filho tem que vir junto”, explicou.
Ele explicou que uma promessa de campanha do prefeito Ademir Maschio é o projeto “Jovem Empreendedor Primeiros Passos”, programa chancelado pelo Sebrae, que treinará os professores e oferecerá todo o material didático, do 1º ao 9º ano do Ensino Fundamental, dividido por módulos específicos para cada ano, com o objetivo de estimular ações empreendedoras”.
O programa será implantado já neste ano. “Estamos só avaliando se começaremos com todas as salas a partir do segundo semestre, ou se vamos escolher uma escola como piloto, para que a matéria extracurricular seja efetivamente implantada no próximo ano”, disse ele.
Outra novidade é que a partir deste ano a atribuição de aulas será feita no final do ano letivo, e não no início, como acontecia anteriormente. “Faremos a atribuição de aulas para 2018 em dezembro deste ano, após o término das aulas, uma vez que achamos importante que os professores saiam de férias já sabendo para onde irão no ano seguinte. Por outro lado, a Secretaria Municipal de Educação terá em janeiro todo o tempo hábil para fazer eventuais adequações”, concluiu o secretário Municipal de Educação, Carlos Rogério Garcia.

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