Série “Comerciantes da Antiga Santa Fé”: Alfaiataria Viola

Publicado em 4/04/2015 00:04

Nilson Alves Pereira é alfaiate desde os 15 anos

Por Daniela Trombeta Dias

3 viola série reportagensNesta semana, o entrevistado da série de reportagens “Comerciantes da Antiga Santa Fé” é o alfaiate Nilson Alves Pereira, de 67 anos, mais conhecido como ‘Viola’.
Ele, que há 52 anos exerce a profissão de alfaiate, contou à reportagem como aprendeu a profissão. “Eu comecei com 15 anos, e fui influenciado por dois irmãos que já eram alfaiates. Nós morávamos no bairro Bela Vista, meu pai era pedreiro e minha mãe dona de casa, e eu ia levar almoço para os meus irmãos na alfaiataria ‘Irmãos Hishikaua’, que ficava situada na Avenida Conselheiro Antônio Prado. Eu ficava observando meus irmãos e comecei fazendo barras de calças e chuleado, que hoje é conhecida como overloque”, contou ele.
Viola relatou que a primeira peça que fabricou foi uma calça. “Depois aprendi a fazer camisas e ternos”. Em 1974 eu abri a minha própria alfaiataria. Eu trabalhava na sala de casa, e por muitos anos permaneci assim, até alugar um prédio na Avenida Conselheiro Antônio Prado, onde hoje funciona a loja Mil Koisas. Por 25 anos fiquei naquele salão, que era alugado; depois voltei para o local onde estou hoje, mas não moro mais aqui, apenas trabalho”, relatou.
A Alfaiataria Viola está instalada em Santa Fé há 41 anos, e atualmente está situada na rua 16, nº530. “O motivo do meu apelido é que meu pai era chamado de Mané Viola e foi ele quem começou a me chamar de Viola e o apelido pegou”, disse.
Ele relatou que chegou a ter quatro ajudantes para dar conta das encomendas. “Há oito anos deixei de fabricar peças, como ternos, camisas e calças, e me especializei na área de consertos desse tipo de peças e, ainda, de saias e vestidos”.
Ele é casado com a professora Vilma Alves, com quem teve quatro filhos, sendo três homens e uma mulher, todos advogados.
Viola lembra que já fez ternos para muitos políticos, como prefeitos e deputados, ainda advogados, e até para cantores. “Fabriquei muitos ternos, como para o doutor Alcides Silva, Itamar Borges, e a dupla Milionário & José Rico; porém, hoje optei por consertos e continuarei assim até me aposentar. Dos sete irmãos, três se tornaram alfaiates; porém, dos meus quatro filhos, nenhum optou em seguir a profissão, mas não vejo nenhum problema nisso. Eu gosto muito do que faço. Para ser alfaiate é preciso ter paciência e dedicação”, finalizou ele.

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