Série Comerciantes da Antiga Santa Fé, “Salão Central” funciona há 40 anos na cidade

Publicado em 25/04/2015 00:04

Por Daniela Trombeta Dias

6 cido barbeiroNa série de reportagens “Comerciantes da Antiga Santa Fé”, O Jornal entrevistou nesta semana o barbeiro Aparecido Jacob Gimenes, de 60 anos, mais conhecido como Cido Barbeiro, que há 40 anos atua na profissão, e que desde 1974 mantém uma barbearia na cidade. Ele se mudou para São Paulo com 15 anos, com os pais Francisco Gimenes e Maria Hernandes Gimenes (in memorian).
“Sou natural de Santa Fé e fui inspirado a atuar na profissão de barbeiro pelo meu irmão, falecido em outubro de 2011, Caetano Gimenes, que aos 19 anos decidiu fazer o curso de corte e barba. Naquela época morávamos em São Paulo, e eu desde os 16 anos trabalha como tecelão. Foi meu irmão quem me chamou em 1974 para retornar para Santa Fé, e juntos abrimos a barbearia “Bossa Nova”, que ficava na rua 14, ao lado da extinta Sorveteria Nossa Senhora Aparecida. Naquele lugar, trabalhamos por 8 anos”, contou Cido.
Posteriormente, segundo ele, os irmãos mudaram a barbearia de endereço. “Fomos para a Avenida Conselheiro Antônio Prado, em frente à Praça da Matriz, e mudamos ainda o nome para “Salão Central”. Lá, permanecemos por 23 anos, e há 10 anos, agora sozinho, trabalho em um salão localizado na rua 12, em frente ao Autoposto Ipiranga”, contou.
Disse ele ainda que se orgulha de aprender uma profissão e ficar nela a vida toda. “Durante todo esse período me casei e tive filhos e os criei atuando como barbeiro. Minha clientela é fiel e, desde que abri o salão, eles fazem cabelo e barba comigo. Meu primeiro cliente foi o Leandro do Gás, que era ainda menino, quando a mãe o levava para cortar os cabelos, e até hoje ele frequenta a barbearia”, relatou.
Cliente há muitos anos ele tem muitos, como o prefeito Armando Rossafa, o ex- bancário Gino Ribeiro, e os outros que, segundo contou, se tornaram seus amigos.
Disse também que durante os 40 anos de profissão só ficou sem trabalhar por 28 dias, quando precisou operar uma hérnia. “Já sou aposentado, mas trabalho porque gosto e só pretendo deixar a barbearia quando morrer, assim como meu irmão. Para mim é uma satisfação trabalhar todos os dias. É na barbearia que, além de trabalhar, encontro meus amigos e clientes, e conversamos sobre tudo”, enfatizou.
As conversas, segundo Cido, que é palmeirense, são sobre futebol, política e fatos corriqueiros de Santa Fé e região. “Tem cliente que vem até aqui só para se ‘atualizar’ dos fatos e foi no salão que foi criado o Diva – Departamento de Investigação da Vida Alheia –, que tinha como presidente o saudoso José Guimarães, eu como vice e os clientes como colaboradores. Nós brincamos muito, mas nossa fofoca não é maldosa, mas, sim, especulativa, e não faz mal a ninguém”, disse.
Para finalizar, ele enfatizou que apesar de existirem poucas barbearias nas cidades, a prática ainda permanece. “Apesar de haver muitos salões, poucos fazem barba, sem contar que as pessoas se renderam aos barbeadores elétricos, que são mais práticos, mas acredito que, como eu, existam profissionais que continuam no mercado de trabalho, e ainda usem, também como eu, navalhetes com lâminas removíveis e descartáveis para evitar a transmissão de doenças, e que, pelo ótimo trabalho e atendimento oferecido, mantêm seus fieis clientes amigos”, finalizou.
O Salão Central funciona de segunda à sexta-feira, das 8:00 às 12:00 horas, e das 13:45 às 18:00 horas, e, aos sábados, das 7:00 às 14:00 horas.

Última Edição