Ter um hobby é uma das formas de aliviar as vicissitudes da vida
Por Lelo Sampaio e Silva
Todos nós temos, de alguma forma, um hobby, algo que, além de nos tirar do ‘piloto automático das obrigações’, proporciona prazer e diversão. Serve também para aprendermos novas habilidades, conhecermos coisas e pessoas novas e até melhorarmos a saúde.
Cozinhar é um deles, pois, além de divertido, a pessoa pode se aprimorar e ficar cada vez melhor, seja no tempero, seja na criação de novos pratos ou até mesmo se especializando em alguns específicos, como bolos, tortas, risotos, sopas, dentre tantos outros.
O fato é que o ser humano tem pelo menos um hobby com o objetivo de relaxar, de sair da rotina do dia-a-dia, como é o caso do Juiz de Direito da 1ª Vara Judicial da Comarca de Santa Fé do Sul, Dr. José Gilberto Alves Braga Junior e do secretário Municipal de Saúde de Santa Fé do Sul, Ortogamis Bento.
Em entrevista a O Jornal, Doutor Braga afirmou que o hobby da fotografia começou na infância. “Sempre gostei de carros e comecei a fotografá-los em encontros de carros antigos. Também me interessei em fotografar a natureza. Chega um momento em que você passa a observar tudo ao seu redor. Consequentemente, você quer registrar algumas cenas que vê por meio de uma fotografia. Na época, para ver as fotos, era necessário revelar os filmes, o que demorava alguns dias. Hoje é possível vê-las a foto no mesmo momento, quer nas câmeras, quer nos celulares”, disse o magistrado.
Segundo ele, enquanto há pessoas que olham uma cena bonita ou até mesmo nem observam um determinado fato ou momento, as que gostam de fotografia veem tudo com uma visão diferente. Logo, aos olhos de quem gosta de fotos, tudo passa a ser interessante. Há quem diga que a foto é a eternização de um momento. “Quando você olha o céu, por exemplo, com várias nuvens, nos segundos seguintes, aquilo que você vê se transforma numa nova imagem. Foi exatamente isso que me levou a me apaixonar pela fotografia”, explicou.
O Juiz de Direito compartilha suas fotos para amigos, e quem já teve o prazer de vê-las não imagina que elas foram feitas pelo celular, tamanha a beleza e nitidez. “Todas as minhas fotos são feitas com celular. Adquiri uma câmera semiprofissional, mas ainda não tive tempo de aprender a fotografar com ela”, disse.
Questionado sobre quando pratica o hobby da fotografia, Doutor Braga afirmou não haver momento certo para a prática desse hobby. “A qualquer horário ou local que estou, algo pode se tornar interessante e perfeito para uma fotografia”, explicou.
Aficionado pela natureza, o Juiz de Direito também possui outro hobby, a prática do off-road, ou seja, prática esportiva ou automobilística realizada em locais não pavimentados e de difícil acesso, lhe proporcionando conhecer novos lugares. “As oportunidades e os momentos para uma fotografia são infinitos. Fazendo trilha, em contato com a natureza, tudo pode se traduzir numa bela fotografia. Desde uma pequena ave, uma planta, um animal, até o cenário do horizonte, o pôr-do-sol, dentre outros”, disse o Juiz.
Doutor Braga também coleciona miniaturas. “E elas já me renderam boas fotos também”, disse.
Para ele, o segredo de uma boa foto é a luz. “De nada adianta um lindo cenário ou um objeto perfeito, se a iluminação não estiver adequada para aquele momento”, explicou.
O juiz de Direito faz questão de afirmar que embora seja apaixonado por fotografia, não se considera um fotógrafo, embora todos que veem suas fotos não compartilham da mesma ideia. “O verdadeiro fotógrafo é aquele que estuda a fundo a arte da fotografia e que geralmente faz da arte a sua profissão. Eu me denomino como uma pessoa que gosta de fotografia, mas que ainda tenho muito que aprender para me tornar um verdadeiro fotógrafo”, finalizou o Juiz de Direito da 1ª Vara Judicial da Comarca de Santa Fé do Sul, Dr. José Gilberto Alves Braga Junior
Já o secretário Municipal de Saúde, Ortogamis Bento, disse que cultiva orquídeas há mais de 30 anos. “É um hobby bastante salutar. Antes, porém, já gostava de desenvolver outras atividades de lazer, como, por exemplo, enquanto professor de Ciências Físicas gostava de colecionar minerais de todos os lugares do Brasil, e os utilizava, inclusive, para aumentar o conhecimento dos alunos na área de Geologia e Conhecimentos Gerais”, disse.
Questionado sobre o motivo pelo qual decidiu colecionar orquídeas, o secretário afirmou que sua família sempre assim o fez, e pouco a pouco ele foi recebendo mudas de sua mãe e irmãos, bem como de amigos. “Dado as seu colorido espetacular, acabei me tornando aficionado pelas orquídeas, presentes no Brasil, e pelas Wandas, que são originárias da Ásia. É um cultivo fascinante, além de representar um relax para enfrentar as agruras do dia a dia”, explicou.
Ele afirmou que em suas andanças pelo Brasil conheceu muitos orquidófilos e diversos colecionadores. “Hoje, a orquidofilia é uma mania, que curiosamente é desenvolvida na maioria das vezes por homens e espalhada pelo Brasil e pelo mundo. Antigamente só reis e poderosos tinham acesso a mudas de orquídeas raras. Hoje, felizmente, com o sistema de reprodução por sementeiras e clonagem, orquídeas lindas e consideradas difíceis estão ao alcance de todos, vendidas em todos os locais, como em floriculturas e sites especializados, e o que é melhor, por preços acessíveis”, disse o secretário.
Ortogamis dedica, todos os dias, uma parte do seu tempo para cuidar de suas orquídeas, que são, segundo ele, aproximadamente 700 plantas, e pelo menos uma vez por mês dá “uma geral” na adubação e podas.
Ele ressaltou que cuidar de orquídeas não é algo extremamente difícil, basta se atentar para algumas questões, como considerar o fato de que a grande maioria das orquídeas brasileiras são epífitas, ou seja, crescem presas em árvores, sem, contudo, roubar delas quaisquer nutrientes. As raízes são usadas apenas para fixar a planta no caule das árvores. Sendo assim, elas precisam de muita luz, mas não sol direto.
O secretário faz algumas ressalvas, dentre elas a de não coletar ou adquirir plantas oriundas das matas, uma vez que as orquídeas já foram bastante dilapidadas por mateiros e colecionadores gananciosos.
Segundo ele, é aconselhável adquiri-las de empresas e pessoas produtoras de mudas, que são muitas, inclusive de alguns orquidófilos que tenham plantas disponíveis.
“Não pague caro por plantas e diga não as orquídeas coletadas no mato”, ressaltou.
O secretário Municipal de Saúde explicou que é importante sempre escolher espécies de orquídeas adaptadas à sua região. “Como as orquídeas florescem apenas uma ou duas vezes por ano, no caso das híbridas, e mais vezes, como as Wandas, é interessante possuir várias espécies diferentes, cujo ciclo de floração costuma também ser diferente. Isso aumenta as chances de ter sempre alguma planta florida”, disse.
Ao escolher o que vai cultivar, dê preferência às espécies de orquídeas que crescem na sua região. “Na nossa, incluindo Mato Grosso, Goiás e Minas, são as Catléias walquerianas, que adoram ser plantadas em cascas ou troncos de árvores”, elucidou.
Sobre a irrigação, ele explicou que é necessário manter o vaso úmido, jamais encharcado. “Nas árvores e cascas, pode molhar a vontade. É mais fácil matar uma planta por excesso do que por falta de água, Não colocar pratinho com água debaixo do vaso, pois, além do risco do desenvolvimento do Aedes aegypti, as raízes poderão apodrecer. Molhe abundantemente duas ou três vezes por semana”.
O orquidófilo explicou que é importante instalar as plantas onde elas possam ser banhadas pelo sol, porém sempre com uma proteção, seja de uma árvore ou sombrite. “É bom que o local seja ventilado. Sombra, nunca. Orquídea com tom verde garrafa não floresce”, disse.
Quanto à adubação, ele explicou que o ideal é utilizar um desses adubos foliares (líquidos) que se encontram na seção de jardinagem em todos os supermercados e lojas de produtos agrícolas e cooperativas. “Normalmente dissolva uma colher de sopa para 3 ou 4 litros de água e pulverize à tarde após a adubação ou chuva”, disse.
Ainda segundo ele, se as plantas forem cultivadas de forma adequada, elas estarão mais resistentes a pragas e doenças. Se não houver excesso de umidade, por exemplo, dificilmente os fungos irão atacar. Da mesma maneira, as cochonilhas, pequenos organismos brancos, sugam a seiva da planta e podem matá-las, se não forem combatidos. “De preferência, limpe as folhas atacadas com uma escova de dentes. Use defensivos naturais, como o óleo de Nim, que é menos nocivo a nossa saúde; anote o nome da sua planta numa plaqueta e época de floração; se possível, frequente uma associação de orquidófilos ou pessoas que cultivam orquídeas. Gaste pouco, troque mudas, troque ideias e informações e seja feliz com suas orquídeas”, concluiu o secretário Municipal de Saúde, Ortogamis Bento.