Terminal Rodoviário de Santa Fé completará 56 anos de fundação

Publicado em 14/05/2016 00:05

Por Lucas Machado

A rodoviária já funcionou onde hoje fica localizado o prédio da Prefeitura

12 Terminal Rodoviário de Santa Fé completará 56 anos de fundação (2) 12 Terminal Rodoviário de Santa Fé completará 56 anos de fundação (3) 12 Terminal Rodoviário de Santa Fé completará 56 anos de fundaçãoCEJU MORIKAWAFOTO RODOVIARIAO Terminal Rodoviário ‘Clówis Oger’, de Santa Fé, completará 56 anos de fundação no próximo mês, no aniversário da cidade, no dia 24 de junho.
Atualmente o prédio fica situado na Avenida Waldemar Lopes Ferraz; entretanto, o que muitos não sabem é que antes de estar onde está, a rodoviária da cidade era localizada onde hoje é o prédio da Prefeitura, e levava o nome de Estação Rodoviária ‘Dr. Arthur Hiss’, em homenagem a um dos engenheiros da Caic.
Até meados de 1960, os ônibus que vinham para Santa Fé paravam por vários pontos situados em frente aos bares, com pouco espaço para os passageiros se abrigarem e colocarem suas bagagens.
Na medida em que a cidade crescia, via-se a necessidade de se construir um local adequado para dar o atendimento necessário aos usuários locais e aos viajantes; e foi assim que o então prefeito da época, Deraldo da Silva Prado, resolveu construir uma Estação Rodoviária.
Na época, o projeto da Estação Rodoviária fora apresentado pelo Dr. Hélio de Oliveira e sua esposa, e incluía um pavimento superior, onde funcionariam a Prefeitura e a Câmara Municipal, sendo que a parte inferior seria destinada à Rodoviária.
Um ano antes de sua inauguração, Dr. Hélio de Oliveira, de imediato, adquiriu o material necessário e iniciou a construção do prédio, e no prazo previsto estava concluída a obra, que fora inaugurada no dia 24 de junho de 1960, 12º aniversário de Santa Fé.
Estava presente a senhora Esther Hiss, viúva do engenheiro Arthur Hiss, para receber as homenagens à memória do seu esposo e em agradecimento ao Dr. Hélio de Oliveira, pela iniciativa de dar o seu nome à Rodoviária.
No térreo, nos boxes da Rodoviária onde hoje funcionam os setores da Prefeitura, funcionavam bares, bazares, lojas, agência de passagens, bagageiro, sanitários e demais repartições para o bom atendimento aos usuários locais e em viagem.
Por muitos anos, a Estação Rodoviária Dr. Arthus Hiss funcionou atendendo satisfatoriamente, mas, com a pavimentação das rodovias e estradas vicinais da região, aumentou o fluxo de passageiros para embarque e desembarque, e o espaço tornou-se insuficiente para abrigar os ônibus, assim como os passageiros em viagem que chegavam e os que saíam.
Em 1989 foi realizada uma consulta popular na cidade e a população sugeriu que o novo terminal Rodoviário deveria ser construído no final da Avenida Navarro de Andrade, onde existe atualmente a rotatória com a Avenida Waldemar Lopes Ferraz.
Os estudos para a construção de um novo Terminal Rodoviário na cidade foram concluídos e a Prefeitura, no início de 1992, iniciou as obras, que, em sua fase de construção, através da Lei 1716, de 10 de junho de 1992, recebia o nome de Clówis Oger, em homenagem póstuma a um dos fundadores do Expresso Itamarati.
O Terminal Rodoviário Clówis Oger foi inaugurado no dia 21 de maio de 1993, e é onde permanece até o momento, tendo já recebido diversas reformas.
O Jornal entrevistou o comerciante Ceju Morikawa, que, na época da primeira rodoviária, trabalhou com seu pai Paulo Morikawa (in memoriam), sendo o único bar e lanchonete que até hoje permanece, o Bar e Lanchonete do Ceju.
“Com a transferência da Rodoviária para outro prédio, houve uma licitação para decidir qual bar ficaria no local, tendo em vista que, eram dez bares, como o Bar da Marli, Bar do Vila Nova, Bar do Seo Antonio, entre outros, bem como algumas lojas de roupas, como o Bazar do Manoel e o Maguetas”, contou ele.
Ceju relatou que começou a trabalhar com 11 anos, sendo que o bar de seu pai fora instalado no local sete anos após a fundação da rodoviária, ou seja, em 1967.
“A rodoviária era um lugar muito frequentado, até mais do que é hoje. Não havia carros, apenas charretes, carrinhos e cavalos. Os bares e lojas funcionavam durante o dia e alguns à noite, pois, não havia muita opção de onde ir”.
O comerciante contou ainda que, no início, havia apenas a empresa Rápido Santa Fé, que transportava passageiros para cidades da região, e até para outros Estados, como Carneirinho, em Minas Gerais, e, que o Expresso Itamarati veio para cá em 1969, sendo que sua primeira linha era Santa Fé-São José do Rio Preto.
Ceju ressaltou ainda que os bares da antiga Rodoviária eram para a bohemia da cidade. As pessoas iam para lá para falar sobre assuntos políticos, culturais, e para se descontrair, e, isso passava de geração para geração.
“Era um ponto de encontro de políticos, pelo fato da Prefeitura, Câmara Municipal e do Fórum estarem localizados em cima do local. As autoridades da época, como Luiz Carneiro (in memoriam), o advogado Alcides Silva (in memoriam), Aprígio Marques (in memoriam) e Eurico Gomes iam para os bares para comer algo ou para o ‘happy hour’”.
Ele disse também que o único bar que ficava aberto até mais tarde era o de seu pai, que fechava por volta das 5:00 horas.
“Os jovens da década de 80 saíam para serenatas, para irem ao Santa Fé Tênis Clube, e posteriormente passavam pela Rodoviária. Era um ponto de encontro das pessoas, e um local onde se podia comprar roupas, brinquedos etc”.
Quando houve a transição de um prédio para o outro, Sérgio conta que o Bar do Ceju continuou sendo o ponto de encontro, e hoje, além de bar, é uma lanchonete onde são servidos os mais variados tipos de petiscos, principalmente peixes.
“Depois houve uma reforma da pintura interna e externa no segundo mandato de Itamar Borges, e, posteriormente, no governo do prefeito Antônio Favaleça foi feita a troca de piso, corrimões e algumas outras mudanças”, finalizou Sérgio.
Hoje há um fluxo de pelo menos 40 a 50 ônibus por dia e de aproximadamente de 400 a 600 passageiros passam pelo local.

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