Uso de calmantes pode aumentar o risco de demência

Publicado em 30/04/2016 00:04

Por Lucas Machado

O médico psiquiatra Rodolfo Laranjo explicou os riscos por tomar tais medicamentos excessivamente

   1 Usar benzodiazepínicos por um longo prazo, como o Rivotril, aumenta o risco de demênciaVocê sabe o que são benzodiazepínicos? O nome é um pouco diferente, mas se refere a uma classe de medicamentos psicotrópicos, que agem no sistema nervoso central, e são mais conhecidos pelos seus efeitos ansiolíticos e antidepressivos, ou seja, para tratamentos e controle da ansiedade e depressão.
São aqueles que chamamos de calmante, cujos mais usados e popularmente conhecidos são o clonazepam (Rivotril), diazepam (Valium), e alprazolam (Frontal).
Segundo o médico psiquiatra do Caps – Centro de Atenção Psicossocial –, de Santa Fé, Rodolfo Manzato Laranjo, existem vários outros tipos no mercado atualmente, e o primeiro foi descoberto em 1955.
“Estes medicamentos são geralmente usados no controle e tratamento de ansiedade e depressão, além de outros tipos de tratamentos específicos, mas também têm função de sedativos, hipnóticos, relaxantes musculares e anticonvulsivantes”, explicou.
Embora sejam medicamentos para o tratamento da melhora da qualidade de vida da pessoa, o uso excessivo pode causar riscos à saúde. “O uso excessivo, ou seja, o abuso, que é a utilização inadequada do ponto de vista médico, diferentemente do que é prescrito e conseguido por meios não apropriados (geralmente por terceiros), pode levar à dependência destas drogas, transtornos mentais e comportamentais, intoxicação, coma e até a morte”, ressaltou Rodolfo.
A questão levantada ao médico foi se o uso por mais de três meses pode aumentar o risco de demência, e, diante do questionamento Rodolfo explicou que “existem, sim, estudos atuais que correlacionam e concluem que o uso dos benzodiazepínicos por longo prazo estão relacionados com a precocidade de abertura de quadros demenciais, porém não é totalmente consensual o tempo específico. Não são totalmente explicadas as causas e interações, mas há uma infinidade de perguntas a serem respondidas ainda pelos pesquisadores e médicos que atuam na área”
O médico salientou ainda que cada medicamento tem uma dosagem específica. “A dosagem e o tempo recomendado para o uso destas medicações são individualizados, ou seja, depende da patologia, da gravidade e do que se espera com o uso do medicamento. Lembrando que o que é bom para o vizinho ou outro conhecido talvez não seja o melhor para você. Portanto é de suma importância a consulta de um médico para o início e a manutenção de um tratamento”, finalizou o médico psiquiatra Rodolfo Laranjo.

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