A Justiça, segundo Platão
Estamos vivendo um momento político turbulento em que a Justiça está deixando a desejar.
Neste aspecto, gostaria de comentar como Platão trabalhou o conceito de Justiça, que é um tema recorrente dentro da Filosofia e da Política.
Platão, na obra A república, fez uma digressão na forma de diálogo sobre a Justiça. Ele discutiu tanto a Justiça no plano individual, da pessoa, quanto na forma da Polis, do povo, que na época era o conceito da Cidade-Estado, na esfera pública.
A Justiça é um valor absoluto. Não é relativo “a quem” ou a “o quê”. Ou se é justo, ou se é injusto. Para Platão não se pode praticar a injustiça ou a maldade. Por exemplo, no seu relacionamento com um amigo, você é “justo”, mas com o inimigo você é “injusto”. Para o filósofo, isso é incoerente, partindo do princípio de que ser justo é praticar o bem e ser injusto é praticar o mal.
E também não se pode praticar a maldade. Não se admite inclusive a lógica do “mais forte” como determinante. Porque, no pensamento de Platão e de Sócrates, o “mais forte” pode estar errado, o que resultaria em injustiça.
Para Platão o propósito da Justiça é o de desenvolver a harmonia. Esta discussão está entre os temas mais polêmicos tratados pela Filosofia na política. São assuntos sempre em alta nos jornais, nas rodas de amigos, nas reuniões de família e naquele grupo chato de WhatsApp do qual você quer sair e não pode.
O pensamento de Platão é muito original, por isso ele se tornou um clássico. O que ele escreveu faz mais de dois milênios e continua valendo.
A Justiça como algo bom é sábia, harmônica e feliz.