A Lebre e a Tartaruga

Publicado em 20/08/2016 00:08

A fábula de hoje é para refletir sobre os dois momentos que a mídia está focalizando: a olimpíada e a corrida eleitoral.
Era um dia completamente tranquilo, ensolarado e de céu azul na pacata Estância das Araras Azuis, Amarelas e Rosas.
Ao redor dali moravam animais. Todos eram conhecidos entre si, mas havia algo no ar – alguns se incomodavam com certo ar zombeteiro da lebre, cheia de si por sua agilidade que era capaz de desenvolver na corrida, superior à de seus colegas, como um verdadeiro raio de luz.
A tartaruga, por sua vez, sentia-se cansada de ouvir expressões como: “Lerda como uma tartaruga”, “Polenta rosa”, “Devagar, quase parando” e queria provar que, de uma forma ou de outra, todos têm qualidades. Pensou: “Corrida curta eu não venço, mas numa maratona tenho chances.” Por isso, resolveu desafiar a lebre, a mais veloz dos concorrentes.
Marcaram local e hora avisando alguns animais, que seriam juízes e testemunhas da prova.
No dia marcado estavam lá coelhos, cágados, oncinhas, tigrões, pardais, leitões, pombos, carneiros, tatus, bezerras, bois, borboletas, jacarés e mandis.
Tartaruga e lebre posicionadas, a corvina na posição de juiz acena a bandeira de largada.
A tartaruga levantou uma pata e, quando foi colocá-la no chão, a lebre como uma faísca já estava loooonge! Mas, a desafiante não se intimidou com isso, começou o seu trajeto, no ritmo que lhe é peculiar.
Passo a passo, seguiu o percurso. Cada vez mais, a lebre se distanciava.
Mas a tartaruga continuou firme no seu trajeto.
Tão distante estava a lebre que resolveu parar e conversar com outros bichos comendo apetitosas cenouras regadas a suco de cana da área rural.
Tanto bebeu como comeu que foi descansar de baixo de uma frondosa mangueira.
De tão despreocupada, a lebre adormeceu profundamente.
A tartaruga, que todo o tempo esteve bem atrás, passou pela lebre adormecida. E como a lebre dormia! A persistente competidora tinha visto pelo caminho plantações e plantações, hortas de alfaces apetitosas, mas se conteve e foi em frente.
Quando estava se aproximando da linha de chegada, os bichinhos começaram a se alvoroçar. Gritaram, a tal ponto que acordaram a lebre. Ela nem sabia onde estava. Recuperando-se, com uma sacudidela do macaco, saiu em disparada, mas, já era tarde!
Moral da história: “Na olimpíada da vida é preciso ser como a gente – matar um leão por dia para ganhar o ouro da competição”.

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