Comentarista esportivo
Comentar um jogo de futebol hoje é uma moleza. Antes havia Nelson Rodrigues, Fernando Sabino, Luiz Fernando Veríssimo, que faziam de uma partida de futebol, uma crônica de costumes.
Hoje, vendo Casa Grande, Neto, Edmundo, Juninho Pernambucano, Júnior, Ronaldo Fenômeno e até Roberto Carlos, o “coruna” aqui pode, em sã consciência, enveredar pelos caminhos tortuosos da crônica esportiva.
O meu “avant premier” vai ser a partida entre Brasil e México, da Copa do Mundo 2014, no Brasil.
Começa o espetáculo e a seleção canarinho já recua a bola para o cabeça de bagre. Eu explico, é porque esse Paulinho, que nem serve para timão nenhum, é um quati do mato, corre só de cabeça baixa, parecendo procurar a correntinha da Bruna Marquesini.
Quando o Galvão Bueno falou que o nosso time parecia que estava jogando com um a menos, logo pensei no Nishimura, grande astro do Verdi Kawazaki, do Japão, que, ao passar pela recepcionista do aeroporto na semana passada, foi cobrado: ô, japonês, e o check in, foi quando o ex-árbitro bateu a mão no bolso esquerdo e disse: – Chequim tá ki! Neste exato instante o seu colega, ex-bandeirinha, retrucou: – Moça bobana, é checom!
Talvez por estas e outras que não teve pênalti marcado contra o México, porque o ala Marcelo, no seu pulo de do gato, não representou bem a suposta falta cometida pelo adversário. Também o bolso do juiz estava sequim.
Deve ser coisa de técnico de futebol. O Felipão deixa o Hulk, super herói das histórias em quadrinhos, no banco de reservas e treinador da Holanda coloca Robin, como titular, e deixa o Batman na reserva.
Você já viu centro-avante não fazer gol? Na nossa seleção tem dois. O Fred saiu sapateiro em duas partidas e o Jô, em uma. Tá certo que só tem mais um jogo, contra Camarões, mas com um meio de campo sem criatividade, vai ser muito difícil.
O Luiz Gustavo é como DNA, 99,99% de acerto, mas com passes de menos de meio metro.
O Ramirez é o carregador de piano, mas não tem quem toca o instrumento. Temos o Neymar Jr., mas a nota nem chega lá.
O Oscar virou quati, só fica trombando com os cabeças de bagres adversárias.
Nossa defesa é a melhor da Copa, tomou um e fez um. Se Deus quiser Tiago Silva, Davi Luiz e Daniel Alves vão fazer muitos gols a favor.
Se todo time bom começa por um bom goleiro, vamos classificar para as oitavas. Júlio César, rei de Roma, bom marido, bom de garfo, bom de cama…