Dia do Goleiro
O Dia do Goleiro, comemorado no dia 26 de abril, celebra o oficio de defender o gol durante os jogos de futebol.
A data foi criada em 1975 pelos professores da Escola de Educação Física do Exército do Rio de Janeiro, Raul Carlesso e Reginaldo Pontes Bielinsky, em homenagem à Aílton Corrêa Arruda, mais conhecido como o “goleiro Manga”, consagrado como um dos melhores goleiros da história juntos com outros guarda-metas brasileiros como Gylmar e companhia. Manga começou no Sport Recife e depois jogou no Botafogo, do Rio, Coritiba, Internacional de Porto Alegre, Grêmio, Nacional do Uruguai, entre outros clubes. Com tanto talento, participou da Seleção Brasileira na Copa de 66, na Inglaterra.
Eu, o “artilheiro Watanabe”, como centro avante, tenho de homenagear os meus amigos goleiros, principalmente aqueles em que fiz os milhares de gols.
Salve Longuinho, Laércio, Sérgio Buosi, Carneiro, Picolim, Oncinha, Tatá, Coca, Pompéia, Negão, Memé, Cidão, Marcelo, Vico, Gilberto, Reginaldo, Celsão, Ruinzinho, Caio, Enzo, Val, Geromel, Sog, Zé Guila e muitos outros craques do arco. Destes, o golquíper Carlão Brigite foi o único que não tomou gol meu.
O adágio popular ironiza o goleiro quando diz que ele joga numa posição maldita porque onde ele pisa não nasce grama. Em contrapartida é uma posição única e de grande responsabilidade. Ele é o único que tem o privilégio de acariciar a bola com a mão, e depois de uma bela defesa, rolar abraçado com ela pelo gramado. Ser goleiro é ser herói e vilão. É querer evitar o inevitável sempre achando, lá no fundo, que dava para defender o mais indefensável dos chutes. É jogar um jogo coletivo de forma quase individual e depois de uma grande defesa, ainda que não receba aplausos, se torna tão importante quanto ao artilheiro. É humilde ao aceitar que falhas fazem parte, pois só quem joga lá sob as traves, sabe o quanto as bolas que parecem fáceis, podem ser bem mais difíceis do que se espera. Enfim, ser goleiro é ser o coração do time, mesmo num jogo onde o principal objetivo é a emoção do gol, que ele infelizmente tem de evitar.
O folclórico técnico Neném Prancha já dizia: “O goleiro deve dormir com a bola. Se for casado, dorme com as duas”. Por outro lado, o artilheiro Dadá Maravilha, numa entrevista, saiu com esta: “Chuto tão mal que, no dia em que eu fizer um gol de fora da área, o goleiro tem que ser eliminado do futebol…”
Mas na verdade, todos que escolheram esta posição pensam que ser goleiro é bem mais do que vestir a camisa e entrar no campo, é como vestir a farda e ir para a guerra, onde em cada combate se torna o arqueiro que decide a vitória ou a derrota…
Até o grande compositor da MPB, Belchior, em uma de suas músicas cantava: “Estava mais angustiado que um goleiro na hora do gol”.
Quer saber se um time é bom? Olha para o goleiro. Ele é o único homem que enfrenta o time todo. Um bom time começa com um bom goleiro…
Por esta razão que “Goleiro que se preza não come frango nem ensopado”.
Aí num dia de Fla-Flu o torcedor comentou: “O Flamengo até que tem um bom time, mas o que mata é o goleiro Bruno”. O “menguista” tinha razão, o jogador deveria ter sido escalado, naquela partida, como centro avante matador.
Moral da estória: “Não é porque tem goleiro que não vou fazer gol”.