Dia do Samba
Apesar de ter berço brasileiro, o samba tem origens culturais africanas bem fortes. Uma das primeiras relações com o ritmo vem justamente das rodas de dança realizadas por escravos africanos. Essas rodas uniam a dança coordenada pelo ritmo dos batuques e eram realizadas no Recôncavo Baiano, mas ganharam mais destaque no Rio de Janeiro. Isso aconteceu após a abolição da escravatura, quando grande parte dessa população foi buscar construir uma nova vida na capital carioca. Nessa época, era muito comum que as composições trouxessem denúncias sobre as condições de vida dos negros no país. E demorou para que o samba fosse aceito pela sociedade como um gênero musical. Foi só em 1920 que surgiram as primeiras escolas de samba, dando origem ao estilo samba-enredo. O samba só se consolidou mesmo a partir da década de 1930, tornando-se um dos gêneros mais populares no país.
O primeiro exemplo desse gênero musical tipicamente brasileiro é atribuído ao primeiro samba “Pelo telefone”, que surgiu em reuniões na casa de Tia Ciata, na região central do Rio de Janeiro, na primeira metade do 20, das quais participavam, entre outros, os pioneiros Donga, João da Baiana, Sinhô, Pixinguinha e Heitor dos Prazeres – todos negros.
O samba caiu no gosto da classe média a partir da década de 1930, após o surgimento de compositores como Noel Rosa, Ismael Silva, Wilson Batista, Geraldo Pereira, Ary Barroso e Cartola. E isso se deveu, em grande parte, às emissoras de rádio que tinham a música como maior atração, criando inclusive programas de auditório, responsáveis pelo surgimento de estrelas como Ângela Maria, Dalva de Oliveira, Nora Ney, Cauby Peixoto, Jorge Goulart, Nelson Gonçalves e Orlando Silva.
Em 27 de julho de 1964, o antigo Estado da Guanabara instituiu o Dia Nacional do Samba, que passou a ser comemorado em 2 de dezembro. A data, escolhida em homenagem a um dos maiores nomes da música brasileira, o sambista e compositor Ary Barroso, autor de Aquarela do Brasil.
Não é exclusividade de Barroso, ter composto um samba que tenha causado grande identificação com uma região em especial. A cidade de São Paulo, por exemplo, teve sua rotina transformada em melodia pelo saudoso Adoniran Barbosa, com canções como “Trem das Onze” e “Saudosa Maloca”. Diversos artistas contribuíram para que o samba se tornasse patrimônio cultural do Brasil. Alguns exemplos são: Pixinguinha, Cartola, Noel Rosa, Clementina de Jesus, Dona Ivone Lara, Beth Carvalho e outros.
O Samba na nossa Estância é bem representada por sambistas excepcionais como João Borges, Zenóbio, Beto Alcalá, Evandro do Pagode, Marco Moretti, Laine e Lucas Guimarães, além dos saudosos ritmistas Raymundo Silva, Euricão e Buzzo.