Dona Otilia
A nossa heroína de hoje é Otilia das Neves Martinez, conhecida carinhosamente como Dona Otilia. De uma família de cinco irmãos, Otilia é a quarta filha de Sebastiana Gomes e Miguel José das Neves, nascida no dia 1º de outubro de 1928, no distrito de Mundo Novo, pertencente ao município de Itajobi, que naquele ano passou a ser chamado de Urupês. As irmãs Orminda, a primogênita, Ohemi e os irmãos Agenor e Miguel, o caçula, já são falecidos.
Com o falecimento de seu pai Miguel, que era comerciante no ramo de secos e molhados, o seu tio Líbano, pedreiro de profissão e a sua esposa Beatriz, pais do Euricão, adotaram as crianças e levou toda a família para Nhandeara. Otilia naquela época tinha apenas cinco anos de idade, mas já participava dos encontros musicais que aconteciam na família. Libano tocava tuba na banda da cidade e era admirado pelos familiares e por todos da comunidade. No grupo escolar da cidade completou o primário e aos 14 anos se casou com o seu grande amor: o comerciante Geraldo Martinez, no dia 11 de maio de 1950. Passaram a lua de mel em Votuporanga e no raiar do dia 12 chegaram aqui em Santa Fé do Sul. Geraldo começou a trabalhar num barracão onde fazia tudo. Era uma oficina de consertos, mas até caixão de defunto ele fazia. Depois de um salão no fundo da livraria onde era a Farmácia do Bidas, o casal se mudou para casa, na Rua Doze, onde Dona Otilia mora até hoje. Para ajudar no orçamento da oficina do Geraldo a nossa heroína fazia doce de leite na casquinha e vendia para as crianças que passavam por lá. E nos anos 60 deu pensão para as professoras que lecionavam no município. Otilia e Geraldo eram um casal religioso e não perdiam uma missa do padre João que acontecia uma vez por mês, no cruzeiro da praça central. Quando a cerimônia era nas capelas dos bairros, o casal ia de bicicleta, naquele romantismo peculiar dos anos de ouro. Juntos foram exemplo de voluntariado na comunidade. Geraldo amava ajudar as pessoas carentes da cidade. Foi fundador da Sociedade São Vicente de Paula onde divulgou o gesto de caridade dos Vicentinos para toda a população. A Chácara Jerusalém, o Hospital do Câncer, a Santa Casa, a Associação Anti-Alcoólica, onde recebeu título emérito foram algumas das entidades beneficiadas pelo super casal da Estância. No ano de 2000, o padre Donizete celebrou as Bodas de Ouro do casal e a comemoração foi no Rotary Club da cidade. Certo dia, no ano de 2007, o seu grande amado e companheiro se despediu. Mas Dona Otilia não se esmoreceu e hoje continua com a missão de ajudar o próximo utilizando sua palavra amiga e a sua espontânea alegria de viver. Participa ativamente em todos os eventos sociais, esportivos e filantrópicos da Estância. É quase impossível enumerar todos os seus feitos, mas podemos dizer que é a cantora mais animada nos Joris da região; atleta precursora do vôlei adaptado para a terceira idade; maestrina do Coral do Clube do Coronariano, que inspirou a criação do Coral Canto do Sol, comandado pela Maria Cristina; fundadora do Clube da Velha Guarda, figura indispensável nas Serestas do Coração; a mais antiga participante do Bon Odori do Clube Nipo; comandante mor das quadrilhas das festas juninas e grande dançarina nos blocos do carnaval de rua. É campeã da alegria das excursões pelo Brasil e exterior. Nos bailes da vida dançou não menos com Agnaldo Rayol, Moacir Franco, Daniel e Vitor e Léo. Acreditamos que toda esta energia, este amor ao próximo e o carinho com as pessoas são emanações que você recebe todos os dias do seu filho Marcos Antonio, que está lá em cima, torcendo por você. Com justiça você recebe da Câmara Municipal através do vereador Ortêncio VieiraRamos Sobrinho a outorga do título de “Cidadã santafessulense”.
Dona Otilia, é um privilégio para nós amigos e familiares, fazer parte da sua história!