Dona Zilda, 80

Publicado em 22/07/2022 00:07

A nossa heroína de hoje é Zilda Borges Cerqueira, nascida em um sítio do distrito de Pindaí no município de Urandi-BA, no dia 23 de julho de 1942. Aos 18 anos, o amor bateu no seu coração e se casou com o agricultor Dorivaldo Machado Borges.
Em Nova Granada, onde o casal adquiriu o Hotel Turis, nasceram as queridas filhas Wilda e Silvania. Em 1964 a família chegou em Santa Fé do Sul para administrar o Hotel Comodoro. Depois abriu o Bar e Restaurante Dorivaldo, que se localizava na Avenida Navarro, ao lado do Banespa. Foi quando nasceu o caçula da família, Itamar.
Em meados de 1972, Dorivaldo adquiriu o Restaurante Cacareco, do Rubinho. Rubinho, o antigo proprietário, havia colocado o nome de Cacareco em alusão ao hipopótamo do zoológico do Rio de Janeiro, que foi eleito vereador de São Paulo. A decoração interna do estabelecimento tinha o desenho do rinoceronte, removido pelo novo proprietário, mas o nome continuou o mesmo. Em 1977, após o falecimento de seu marido Dorivaldo, Dona Zilda tomou as rédeas do empreendimento e, como uma autêntica guerreira, colocou no cenário da cidade uma das mais belas referências: o Cacareco. Quem visitava Santa Fé e não passava pelo Cacareco, com certeza não havia conhecido a urbe, segundo Brancato, advogado e colunista deste semanário por muitos anos. Pelo Cacareco desfilaram figuras folclóricas da cidade como Gasolina, Fio Maravilha, Lorão e artista renomado como Paulo Vanzolini, zoólogo da USP e compositor. Conta a história que, do alto das escadarias do restaurante, naquela famosa varandinha em forma de U, ele compôs Volta por Cima. Logo em seguida, os seus acompanhantes da madrugada, os seresteiros Baxiclides Basso, Ditão Pintor, Osmar Novaes e companhia cantaram o refrão – “levanta sacode a poeira e dá volta por cima”.
Dona Zilda, verdadeira heroína por ter criado seus filhos trabalhando dia e noite no restaurante, se mistura à história do Cacareco. Tinha uma equipe nota mil de funcionários, como Zé Garçom, a mulher Cida e as três irmãs, cozinheiras, além da Márcia, Xaxá, Cidão e Zoinho. Figuras da sociedade como Dr. Celso, Alipinho, Adilson do Banespa, Moringa do Banco do Brasil batiam ponto no Cacareco. E as rodadas de chope Brahma eram acompanhadas do tradicional INPS, que restava do churrasco misto, de lombo, alcatra, linguiça e farofa, principal prato do restaurante. Os fregueses da elite rural não se envergonhavam de pedir um Funeral, retalhos de carne frita com farofa apimentada. Dona Zilda foi uma das fundadoras do Clube da Velha Guarda, integrante do extinto Lions Club e participante ativa do Clube do Coronariano.
No seu aniversário de 80 anos bem vividos, a musa da nossa Estância, com jovialidade, simpatia e alegria de sempre vai comemorar a data inspirada no cardápio do Cacareco, com o tradicional churrasco no espeto, filé à cubana, filé à parmegiana, peixe à baiana com pintado na brasa, finalizando com aquela famosa pizza à portuguesa que mais parecia uma torta com tudo que é suculento. Os parabéns cantados pela Dona Otilia e o coral das amigas e dos amigos vai emocionar a aniversariante e seus convidados. Assim, as velas serão apagadas pelos netos Albertino, Caroline e Emanuele da Wilda; do neto Murilo da Silvana e das netas Maria Rafaela e Gabriela do Itamar.
Parabéns e felicidades, Dona Zilda!

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