Fome Zero, 50 anos
O nosso herói de hoje é Dorival Furlan, nascido em Macaubal no dia 20 de fevereiro de 1945, filho dos lavradores Seu David e D. Ida Zanatta.
No início de 1960, eles vieram para Santa Fé do Sul. Logo depois, Dorival comprou uma casa na Rua Vinte e Três, esquina com a Avenida Navarro de Andrade.
Furlan, como é conhecido, é o quarto filho dos sete irmãos da família. Foi funcionário da Brahma, na época do Zé da Brahma. Certa vez emprestou o seu Passat azul turquesa para a lua de mel do patrão. Anos depois se tornou gerente da firma.
No dia 29 de junho de 1969, casou-se com Jacira Martins, com as bençãos do Pe. João. Hoje a família é composta pelo filho Carlos Alberto, pela neta Yasmin Vitória e pelo neto Ícaro.
Em 1972 abriu o Bar e Mercearia Furlan. Nele eram vendidos arroz, feijão, macarrão, farinha, sardinha, manjuba, linguiça e mortadela Bandeirante. As bebidas: pinga Catira, Praianinha e Fogo Paulista. As cervejas, Brahma e Antarctica eram ensacadas com palha de arroz e colocadas no balcão frigorífico para gelar. No Natal, os campeões de venda eram os vinhos Bertoni e Sangue de Boi. Os guaranás eram da Estrela e Júnior da Angeloni.
No bar eram servidos espetinhos na calçada, gastronomia criada por Furlan que, sem dúvida, foi o pioneiro dessa modalidade na cidade. Havia também pastel, coxinha e bolinha de carne com ovo. Pela qualidade e sabor dos seus quitutes, a procura aumentou.
Certo dia ouviu algo sobre Fome Zero, um programa criado em 2003, pelo governo federal brasileiro, durante o mandato de Luiz Inácio Lula da Silva, e resolveu colocar o nome da ação solidária no seu bar. Em contra partida reduziu significativamente os preços e teve uma agradável surpresa. Além dos diaristas, trabalhadores braçais e peões, a freguesia do Fome Zero chegou à elite da cidade.
Passaram a frequentar o bar funcionários do Banco do Brasil, professores, médicos, engenheiros, advogados e políticos.
Moral da estória: O único lugar que o Fome Zero vingou no país foi em Santa Fé do Sul, sem o apoio da política.