Gluco F.C.
No final da década de 60 e começo dos anos 70, grande parte de jogadores de futebol se viciou em tomar injeções na veia de Glucoenergan, formando o inusitado time da Gluco F.C.
A droga era aplicada direto na veia do atleta usuário. Sua ação farmacológica como supressor do apetite e como suplemento vitamínico proporcionava doses extras de energia aos boleiros.
Como quase ninguém ligava muito para a preparação física, mas queria apresentar bom desempenho atlético, a ideia era apelar para a gluco, como carinhosamente a chamavam, alguns minutos antes dos jogos.
A droga estimulava o jogador que se sentia “turbinado”. Tudo parecia perfeito.
Mas, de acordo com especialistas no assunto, o problema nem era o medicamento, mas a forma como este era ministrado. Pela não utilização de seringas descartáveis, que só foram lançadas na década de 70, a mesma agulha passava de braço em braço. Um portador de hepatite, portanto, contaminava os demais usuários.
Ninguém poderia imaginar que no futuro quase todos os integrantes da Gluco F.C. se veriam às voltas com o flagelo da Hepatite C. Muitos, a essa altura do tempo, já haviam perdido a batalha pela vida. Outros seguem por aí numa dura rotina de pacientes transplantados ou esperando na fila de transplante.
Essa é uma história triste, que mancha o objetivo maior do esporte bretão, pelo efeito colateral causado pela manipulação precária de um fármaco.