Joaquim Dias Cardoso

Publicado em 22/09/2023 00:09

O nosso herói de hoje no alto dos seus 83 anos bem vividos é um lusitano que ama o Brasil mais do que nunca, especialmente em se tratando de Santa Fé do Sul, a Terra das Araras Coloridas.
Seo Joaquim da Padaria, como é chamado carinhosamente, nasceu em 24 de agosto de 1940, em Meira de Ordem, vila de Proença Nova, Portugal. Os seus pais, D. Nazaré Maria Dias e seo Joaquim Cardoso eram de uma família de lavradores. Caçula de cinco irmãos, Joaquim, aos 12 anos já trabalhava duro na roça de trigo, milho e azeitona de propriedade da família, Atualmente, Antônio é o único irmão vivo que mora em Lisboa.
Quando completou 18 anos, resolveu vir sozinho para o Brasil numa viagem de 12 dias no navio Vera Cruz, que zarpou dia 27 de dezembro de 1957 e aportou no Porto de Santos em janeiro de 1958.
De Santos pegou o trem e chegou a Fernandópolis para trabalhar como carregador de caminhão na J. Pires, uma grande atacadista da região. Trabalhou dois anos como saqueiro e foi promovido para caixeiro-viajante.
Com um fusca 1200 do ano viajou pelas estradas de terra por toda região da alta-araraquarense. Em dias de chuva, ele precisava colocar correntes nos pneus para sair do atoleiro e, para chegar a Santa Fé do Sul, demorava pelo menos dois dias. Os seus fregueses aqui eram a Casa Londrina, Armazém de secos e molhados do Raul da Casa Alves, Comercial Kobayashi, Armazém do Veríssimo, Padaria do Dácio, Empório São João e outras firmas.
Após um ano trabalhando como vendedor, adquiriu em Palmeira D’Oeste a Padaria Zanelato. Depois comprou em Santa Fé do Sul, na Rua Sete, a Padaria Útil do Moacir.
Em uma bela tarde de domingo foi ver o time do Santa Fé F.C. jogar no campo cercado de balaústre, que ficava em frente do Tênis Clube. Os craques Fordinho, Euricão, Gildão e Zezinho Pintor jogavam contra Santa Clara D’Oeste. Na plateia o jovem Joaquim conheceu Maria Júlia, uma portuguesa, com certeza, através do patrício Antônio de Matos, dono do Depósito da Antarctica da Avenida Conselheiro.
Júlio Marques, pai da moça, era muito bravo, mas Joaquim após quatro meses de namoro conquistou a princesa Maria Júlia e se casaram na Matriz São João Batista com a bênção de Pe. Afonso. Dois anos depois compraram a Padaria Santa Rita. Jipão era padeiro e, Tonhão, chapeiro. Este ensinou a arte da culinária para Marli e Alemão. O Bauru da padaria foi famoso até no Rio de Janeiro. Sócio do Tênis Clube, da AABB e sócio proprietário da Casa de Portugal de Fernandópolis, o cidadão Joaquim é referência da cidade.
Hoje, na saudade infinita de Maria Júlia, os filhos Márcio e o saudoso Júlio, além dos netos Lorenzo e Pedro são as suas joias mais preciosas.

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