Jogo do Bicho
Por causa da crise do petróleo, da falta de mão de obra especializada e de grupos voluntários para melhorar o clube mais tradicional da Estância, o seu presidente executivo inventou uma maneira para aumentar a arrecadação per capita da associação. Não é a “Operação Lava Jato na Entrada” e nem a “CPI Fiado Só Amanhã na Saída”.
Inspirado nos seus próprios associados e querendo aumentar a frequência popular do recinto, tanto no campo como nas quadras, nas piscinas, nos salões de baile e principalmente no bar, o nosso herói de hoje teve de viajar na maionese para arquitetar um plano genial.
` Tal e qual o barão João Batista Viana Drummond, fundador do Jardim Zoológico do Rio de Janeiro, em Vila Isabel, decidiu estipular um prêmio ao portador do bilhete de entrada do clube que tivesse a figura lendária do animal do dia, escolhido entre os associados. Lógico que o tíquete é pago à vista – um valor simbólico de 1% da mensalidade.
Contribuintes mais abastados, como tubarões do carteado, podem comprar mais de um ingresso a título de contribuição, naturalmente.
No fim da noite o bicho é sorteado.
Se for o Galo Cego, você ganha uma coxinha de frango.
Se for o Oncinha, uma Ararinha.
Se for o Gato, sete vidas.
Se for o Coelho, um ovo de Páscoa.
Se for o Jegão, uma mesa de três cantos.
Se for o Jacaré, um pão do Jipão.
Se for o Pombo, um sedex do correio.
Se for o Leitão, uma cerveja do Barriga.
Se for o Pernilongo, um exame de dengue.
Se for o Boi, uma canga de prata.
Se for o Bezerrinha, uma bolinha nova.
Se for o Peru, um assado chileno.
Se for o Tatu, uma garrafa de Tatuzinho.
Se for o Corvina, nada!