Liberdade perpétua
Há algum tempo eu descobri que nada foi feito para durar, nem a tristeza, a felicidade, euforia, fama, drama, dias inteiros na cama ou dançando numa pista baile e bolas jogadas em um campo de futebol.
Este é o pensamento que atormenta Eduardo Cunha preso entre quatro paredes.
Se algo não acabar por um fim posto por alguém, acabará por conta da morte, do tempo, da falta de tempo, da sobra de tempo ou de qualquer outro momento.
Não tem problema, porque como já ouvi antes do meu advogado de defesa: “perpétua é a sua liberdade”.
Descobri isso nos últimos dias ao acordar e pensar: “não sei o que fazer hoje, mas tenho um universo de opções”.
Só posso dizer que tenho um aneurisma cerebral tal qual Marisa Letícia, ex-primeira dama do Brasil e, corro risco de ter o mesmo fim trágico da galega e não levar todo o ouro que conquistei.
As portas do mundo se abriram pra mim. Chances foram dadas, planos que antes pareciam absurdos começam a se tornar realizáveis.
E você tem um mundo de opções do que pode, quer e vai fazer. E posso afirmar de antemão que não tem sensação melhor no mundo, que acordar e pensar que posso fazer o melhor, ir para onde quiser, porque a liberdade é minha, agora. Porque a felicidade depende de você mesmo e o mundo é tão grande, que seria injusto não aproveitar cada oportunidade de ser feliz.
A prisão é algo degradante para um cidadão que sempre estava cercado de pessoas. Hoje estou solitário e se qualquer coisa acontecer, como por exemplo, um simples AVC, pela pressão de gente autoritária dentro e fora do sistema, posso morrer a qualquer momento.
Perpétua é a minha liberdade. Liberdade de escolher quem eu quero perto de mim, escolher onde quero estar, trabalhando, estudando e amando como as pessoas comuns.
Liberdade de escolha, pra escolher o que ser, como ser e também quando não ser.
Liberdade de escolha, para abrir as portas e voar, porque ninguém mais me prende, me sufoca ou me retém.
Pensando bem, “teoricamente não quero ser conduzido coercitivamente para o além, porque por lá a prisão será para mim uma “liberdade perpétua” sem fins lucrativos”.
Moral da estória: Se correr o Teori pega, se ficar o Moro come.