Marina Tomioka, médica por 30 anos
A história da nossa heroína de hoje começa com a saída do seu pai Akihiro Tomioka, da província de Okayama-Ken, Japão, em 1961 em um navio que transportava 1.100 imigrantes japoneses para o Brasil. Após uma viagem de 54 dias, em condições insalubres, o jovem de 23 anos desembarcou no Porto de Santos e foi para as lavouras do Estado do Paraná. O navio de noivas, que o Japão enviou para se casar com eles, chegou aqui meses depois. A lua de mel com a princesa Kinuko Fujii foi o trabalho na granja de Gatapará, distrito de Araraquara na época. Mas logo ele montou uma oficina de aparelhos elétricos pois tinha o curso de técnico eletrônico feito no Japão. Ele fazia parte da Cooperativa Agrícola de Cotia e era quem projetava os filmes para a colônia nipônica.
Marina nasceu no dia 29 de março de 1970 na colônia Mombuca-Guatapará e é a primogênita do casal Tomioka. Vivendo na comunidade japonesa, com seis anos de idade, ainda não falava uma palavra em português E os pais preocupados com sua educação matricularam na Escola Estadual em Bonfim Paulista, distrito de Ribeirão Preto. Após concluir o primário, o ginasial e o primeiro colegial, foi cursar o segundo colegial na Escola Estadual Otoniel Mota em Ribeirão Preto e depois o terceirão no Anglo. Fez também o COC e, em 1989, passou no vestibular de Medicina da USP de Ribeirão Preto onde se formou em 1994. Em 1995 foi aprovada para a residência de Clínica Médica e de Cirurgia Geral onde cursou dois anos e mais um ano de Especialização em Cirurgia Toráxica.
Em 1998 veio para Santa Fé do Sul para trabalhar na Santa Casa. É concursada como médica no município de Santa Fé do Sul e Santa Clara d’Oeste. Trabalha no PSF, no Núcleo de Atenção à Saúde (NAS), gerencia a atividade médica no AME e atende no seu consultório na Rua Cinco, 1229.
A nossa heroína está há 26 anos aqui na Terra das Araras Coloridas e foi acolhida pela família Kobayashi. Dra. Marina assiste a nossa população com muito profissionalismo e dedicação. É simpatizante do Gavas e diretora do departamento cultural do Clube Nipo-Brasileiro, inclusive foi professora de língua japonesa durante vários anos para os seus associados.
No seu primeiro dia na cidade, quando estava montando o guarda roupa e a cama, foi chamada com urgência na Santa Casa. Um paciente grave estava sendo transportado para Jales. Dra. Marina, ao ver a sua radiografia, imediatamente pediu para retirá-lo da ambulância e, através de um procedimento cirúrgico, salvou-o de uma crise gravíssima de pneumotórax. O paciente era o saudoso advogado, Dr. Orlando dos Santos, o seu primeiro caso cirúrgico na cidade.
Marina Tomioka, a nossa singela homenagem e gratidão pelos 30 anos de carreira na Medicina, por continuar salvando vidas, aliviando dores, prevenindo doenças e diagnosticando enfermidades num verdadeiro ato sacerdotal. Orgulho dos pais Akahiro e D. Kinuko, dos irmãos Edson, Elisa e Carmen, dos parentes, colegas, amigos, integrantes da colônia japonesa e da população em geral. Parabéns, doutora!