Mesquita
O nosso herói de hoje, esposo da saudosa Maria de Fátima, é pai de Bruna, Matheus e Jaqueline, avô coruja de Eloisa e Jaqueline. Ele faz parte do folclore esportivo e da história da nossa Estância.
João Mesquita Filho, santafessulense da gema, filho único de D. Raquel Lima e do Sr. João Mesquita é uma alma iluminada, por ter nascido na antevéspera do Natal, aos 23 de dezembro de 1959.
Através do futebol, Mesquita, o Cobrão, como era conhecido pela galera, teve a grande chance de aprender uma profissão. Foi na Construluz, do Jair, trabalhando com os irmãos Ari e Giba Panucci, que se tornou um eletricista de primeira grandeza e de lambuja ser craque de bola como eles.
Numa tarde de domingo, o seu time foi jogar na Estiva contra o time do Dorinho. Foram com um caminhão tão velho que, na descida, o fenemê deslanchava, mas, no retão ou na subida, a turma descia e tinha de empurrar o elefante. Quando chegaram ao local da contenda, o nosso herói, coberto de poeira retrucou: – Pra vir aqui tão perto não precisava trazer o bicho. Leite Grosso respondeu na lata: – Jogo de bola sem bicho, nem pensar, rapaz!
No tapete verde ou no rapadão, Mesquita era liso com a criança. Certo dia foi jogar contra a equipe de Aparecida do Bonito, que tinha um veinho perna-de-pau. Este, ao enfrentá-lo, com medo da habilidade do Cobrão, foi se afastando, afastando até que caiu dentro do buraco de uma coruja. Depois da partida, ao se entrevistado pelo Nestor Machado, na Rádio Santa Fé, sobre o lance inusitado, declarou: – Deixei um cabaço no buraco.
Mesquita, lateral esquerdo estiloso, criou uma maneira de humilhar o seu adversário quando dava uma caneta, um chapéu, uma pedalada ou até mesmo um drible da vaca dizendo alto e em bom som: – Que garapa, nego, come o salame, cabaço!
O nosso herói jogou na segunda divisão pelo Santa Fé F.C. com craques como Coca, Mota, Amaral, Bira, Claudinho, João Luiz, Tuquinha, Belmuda e Azeitona.
Desfilou a sua categoria jogando contra equipes como América de Rio Preto, Botafogo de Ribeirão, CAJ de Jales, Fefecê de Fernandópolis, Dracena e Ilha Solteira.
Foi jogador no racha do Tênis Clube por mais de uma década fazendo a alegria dos racheiros e da torcida pelo do seu carisma.
Na época da Raposa do Oeste Paulista, do saudoso técnico Alipinho, os atletas para melhorar o desempenho dentro das quatro linhas do gramado tomavam antes do jogo vitamina B12 na veia, com exceção do Mesquita. O Faísca preparava especialmente para o atleta, batido no liquidificador Walita, fígado de boi, semente de catuaba, ovo caipira e paçoca com Malzebier. Era tiro e queda, completa com nostalgia, Cobrão, criador do drible de placa.