Milton Leitão

O meu amigo e companheiro Milton Belasco Garcia, o popular Leitão, é o nosso herói de hoje. Natural de Palestina, nasceu em 7 de dezembro de 1954. Primogênito do casal Manoel Tobal Garcia, agricultor e cerealista, e D. Dolores Belasco, do lar. Quando tinha dois anos de idade veio com a família para Santa Fé do Sul. Fez o primário no Primeiro Grupo, o ginasial na Vila Mariana, o colegial no Iepim, a Escola de Comércio e foi da primeira turma da Faculdade de Educação Física incentivado pelo saudoso professor Moacir Carlos de Almeida, mas não quis concluir o curso. Nas quermesses nas escolas, os estudantes arrecadavam somente frangos. O nosso herói conseguia trazer muitas leitoas carregando-as nas costas num saco de estopa. Exibindo para a turma o seu feito inédito, fazia uma imitação perfeita do porco: oinc! oinc! oinc! Não deu outra, a molecadinha da escola espalhou o fato para a cidade inteira, daí o seu apelido de Leitão.
Leitão trabalhava na máquina de benefício de arroz e café do seu pai e logo começou a fazer viagens para transportar os produtos beneficiados. Mais tarde ele se tornou caminhoneiro por conta própria. O seu caminhão ficou famoso quando foi protagonista do filme de Nelson Pereira dos Santos, Estrada da Vida, que conta a história da dupla Milionário e José Rico.
Leitão foi um dos maiores atletas da Estância. Ele era bom no basquete, ótimo no vôlei e melhor ainda no handebol. O treino duro administrado pelo professor Moacir era sempre às quatro da matina no campo do flamenguinho até que a sua escola foi classificada para o Inter Colegial. E, deslumbrados, foram jogar em São Paulo, onde obtiveram boa colocação. No futebol, Leitão foi craque de mão cheia. Brilhou nos campos da AABB e do Tênis Clube. No racha do Tênis aprontava as maiores confusões pela sua peculiar teimosia. Sempre do contra, não aceitava as marcações do árbitro do jogo. Numa tarde chuvosa, contrariado com a marcação de uma falta, foi expulso do gramado. Mas antes de ir para o chuveiro, tirou a camisa e jogou-a numa poça d’água onde pisoteou-a com carinho para depois entregá-la ao regra-três, Jorge Mé.
Torcedor do Santos F.C., mas fanático pelo automobilismo, foi premiado pelos leitõezinhos Rafa e Renan, que o levaram para assistir a uma corrida de fórmula I em Interlagos. Após as 24 voltas do circuito, a Mercedes de George Russell ganhou o Grande Prêmio de São Paulo/2022.
Em nome dos seus amigos Gino, Gildão, Kiko, Roberto Sérgio, Dárcio, Marcão, Washington dentre outros; dos irmãos Maércio, Manezinho, Miriam e Emanuelle/Rodrigo; da querida esposa Maria Rosa Perez, e dos filhos Rafael/Mariana e Renan/Kelly: Parabéns pelas suas 70 primaveras!