Nestor Machado – 50 anos de rádio
O nosso herói de hoje é meu amigo Nestor Machado.
Como é bom poder fazer uma homenagem em vida a um dos grandes símbolos do rádio, um ícone da comunicação regional. A um profissional que a gente ouve desde pequeno, naquele radinho de pilha ou no “caixão de abelha” que ficava em cima da cristaleira da sala. O radialista confunde com a Era do Rádio, que foi auge nos anos 40 a 50 do século XX.
Até a chegada da televisão, o rádio era o veículo de comunicação de massa com maior alcance e imediatismo. Foi através dele que o nosso herói se tornou referência de comunicação, tanto no marketing, no programa de auditório, no jornalismo, no esporte, no rádio-teatro e na música sertaneja raiz, a sua maior especialidade.
No marketing, conhecido antigamente por propaganda, Nestor foi expert. Começou no serviço de alto falante “Cacique do Ar”, que levava suas mensagens comerciais através de quatro cornetas instaladas num dos quartos do Hotel Comodoro, localizado em cima da Casa Mattos Tecidos, na esquina da Avenida Conselheiro com a Rua Quatorze. Durante o footing que acontecia nos fins de semana na praça, ele anunciava em alto e bom som: – “essa música alguém oferece a alguém como prova de amor e carinho!”
O “Caixinha de Pedidos”, criado por Mauro André e apresentado por Nestor Machado, era um verdadeiro programa de auditório. As pessoas iam literalmente assistir ao seu programa no auditório da Rádio Santa Fé. Hoje, o “Caixinha”, que ainda tem por sufixo a música de Poly e seu Conjunto, El Suco suco, é sua marca registrada e continua a ter grande audiência na Rádio Cultura de Aparecida do Tabuado há mais de uma década.
No jornalismo, foi parceiro do grande radialista e jornalista Antonio Carlos Camargo, na época da Rádio Santa Fé. No dia que a emissora ia fechar, ele se despediu do jornal assim: – “Boa tarde, ouvintes, até o dia de São Nunca.”
No esporte, foi locutor e comentarista esportivo ao lado do inimitável Arlindo Sutto. Como locutor, ele irradiou o primeiro jogo de futebol de salão da cidade: – “Bola no centro do tapete verde do Itael de Mattos.” Como comentarista, a bola havia batido na rede pelo lado de fora e Arlindo Sutto gritou gooool! O juiz deu tiro de meta e quando perguntado pelo lance, o nosso herói simplesmente comentou: – “eu não vi nada, estava chupando uma laranja…”
O “Luar do Sertão”, criado por Marcos Alberto, o Marcão, sucesso com as estórias do sertão tinha no cast do rádioteatro, Raimundo Silva, o homem mau, Helena Coelho Rubinho, a mocinha, Anquises Alécio (Kiko), o galã e a participação luxuosa de Vanildo Martins, J. Sardinha, Sinval Vieira, Nestor Machado e José Benatti, o Zé Bideu, na sonoplastia.
Esperamos que no dia 11 de agosto de 2024, quando o nosso herói fizer 60 anos de rádio, sua promessa seja realizada – haverá um grande show na “Chácara Paraíso”, relembrando a Era de Ouro no Rádio, com artistas renomados do passado como Tonico e Tinoco, Cascatinha e Inhana e Alvarenga e Ranchinho, com apresentação do grande radialista e jornalista, Edson Ferreira…