Nestor Machado – 60 anos de rádio
Quando Nestor Machado completou as Bodas de Ouro no rádio, fiz nesta “coruna” uma singela homenagem que tenho de transcrever por ser uma verdadeira história da época de ouro do rádio brasileiro.
O nosso herói de hoje é meu amigo Nestor Machado de Souza. Como é bom poder fazer uma homenagem de um dos ícones da comunicação regional. É um profissional que os ouvintes desde pequeno o acompanham naquele radinho de pilha ou no “caixão de abelha”, que ficava na cabeceira da cama ou em cima da cristaleira.
Foi através do rádio que o nosso herói se tornou referência da comunicação, tanto no marketing, no programa de auditório, no jornalismo, no esporte, no rádio-teatro e na música sertaneja raiz, a sua maior especialidade.
Na propaganda, Nestor foi expert. Começou no serviço de alto falante “Cacique do Ar”, que levava suas mensagens comerciais através de quatro cornetas instaladas num dos quartos do Hotel Comodoro, localizado em cima da Casa Mattos Tecidos, na esquina da Avenida Conselheiro, com a Rua Quatorze. Durante o footing que acontecia nos fins de semana na praça, ele anunciava em alto e bom som: – “esta música alguém oferece a alguém com prova de amor e carinho!”
O “Caixinha de Pedidos”, criada pelo saudoso Mauro André e apresentada por Nestor Machado, era um verdadeiro programa de auditório. As pessoas iam literalmente assistir ao seu programa no auditório da Rádio Santa Fé. Hoje, o “Caixinha” que ainda tem como prefixo a música de Poly e seu Conjunto, El Suco suco, é sua marca registrada e continua a ter grande audiência na Rádio Cultura de Aparecida do Tabuado há décadas com o seu companheiro de pesca, Samuel.
No jornalismo, foi parceiro do grande radialista e jornalista Antonio Carlos Camargo, na época da Rádio Santa Fé. No dia que a emissora ia fechar, ele se despediu do jornal assim: – “Boa tarde, ouvintes, até o dia de São Nunca”.
No esporte, foi locutor e comentarista esportivo ao lado do inimitável Arlindo Sutto. Como locutor ele irradiou o primeiro jogo de futebol de salão da cidade: – “Bola no centro do tapete verde do Itael de Mattos.” Como comentarista, a bola havia batido na rede pelo lado de fora e Arlindo Sutto gritou gooool! O árbitro deu tiro de meta e quando perguntado pelo lance, o nosso herói simplesmente comentou: – “eu não vi nada, estava chupando uma laranja…”
O “Luar do Sertão”, criado por Marcos Alberto, o Marcão, sucesso com as estórias do sertão tinha no cast do rádioteatro, Raimundo Silva, o homem mau, Helena Coelho Rubinho, a mocinha, Anquises Alécio (Kiko), o galã e a participação luxuosa de Vanildo Martins, J. Sardinha, Sinval Vieira, Nestor Machado e José Benatti, o Zé Bideu, na sonoplastia.
Esperamos que no dia 15 de agosto de 2025, quando Nestor Machado completar 60 anos de rádio e 78 anos de idade, a sua promessa seja realizada – haverá um grande show na “Chácara Paraíso”, relembrando a Era de Ouro no Rádio, com artistas renomados do passado como Tonico e Tinoco, Cascatinha e Inhana e Alvarenga e Ranchinho, com apresentação do grande radialista Nestor Júnior…