O Reizinho Mandão
Era uma vez um menino mimado e mal-educado que se tornou governante de um reino.
Para não sofrermos retaliações futuras, qualquer semelhança com a realidade é mera coincidência.
Ele queria mandar em todas as coisas do seu reino.
Fez leis absurdas como dormir de toca na primeira quarta-feira do mês e outras tantas tolices.
O tempo todo ele mandava as pessoas calarem a boca, até seus conselheiros.
O povo ficou com tanto medo dele que ninguém mais no reino sabia falar.
Quando todas as pessoas ficaram mudas, o silêncio e a solidão sepulcral cobriram seu reino.
Entediado com a situação, resolveu ir ao reino vizinho procurar um sábio para fazer seu povo voltar a falar. Este sábio explicou que, para o seu reino voltar a falar, era preciso achar uma criança que soubesse falar, e ela quebraria a maldição.
E então o reizinho mandão saiu em busca da criança. Ao encontrá-la, ela falou: – Cala a boca já morreu! Quem manda na minha boca sou eu!
Naquele instante o seu reino voltou ao normal com todos falando e alegres.
Diz a lenda que o reizinho foi embora na forma de sapo, esperando que uma princesa o encontrasse para transformá-lo em um príncipe.
O clássico da literatura infantil brasileira, O Reizinho Mandão, de Ruth Rocha, retrata o poder sem limites de um reizinho que acabou sendo enfrentado por uma criança.
O tema é uma reflexão sobre a tirania e o nosso direito mais precioso: a liberdade de expressão.