Oração do político favorito
“Senhor Todo Poderoso!
Há dois anos o Senhor levou meu cantor favorito, o Tinoco, da dupla sertaneja Tonico e Tinoco;
Meu arquiteto predileto, Oscar Niemeyer, criador de Brasília;
Meu escritor, desenhista, humorista, dramaturgo e tradutor, querido, Millôr Fernandes;
Minha cantora internacional preferida, Whitney Houston.
No ano passado o Senhor levou os não menos diletos, Nelson Mandela, ex-presidente da África do Sul, ícone do século XX;
Nilton Santos, a “Enciclopédia do Futebol”, bicampeão mundial de futebol;
Paulo Vanzolini, zoólogo e compositor, autor de “Ronda” e “Volta por cima”, clássico do samba paulistano;
Emilio Santiago, cantor da “Voz de veludo” e Dominguinhos, sanfoneiro, aluno de Luiz Gonzaga, músicos de alta qualidade do cancioneiro brasileiro.
Esse ano o Senhor levou meu maior sambista, Jair Rodrigues, o “Cachorrão” e Miltinho, cantor e pandeirista de primeira linha, outro “monstro” da MPB.
Levou os meus melhores escritores, João Ubaldo Ribeiro, membro da Academia Brasileira de Letras e Rubem Alves, poeta, teólogo, psicanalista e educador do Brasil.
Levou os atores Paulo Goulart e José Wilker os quais sou fã de carteirinha;
Levou o meu grande ídolo, Hideraldo Luiz Bellini, beque central da seleção brasileira de futebol, bicampeã do mundo;
E de lambuja levou meu locutor esportivo favorito, Luciano do Valle.
Antes de dizer amém
Quero lembrar ao Senhor que meus políticos favoritos são:
José Sarney, Fernando Collor, José Dirceu, Antonio Palocci, Jader Barbalho, Renan Calheiros, Paulo Salim Maluf, Edison Lobão, José Genoíno, Romero Jucá, João Henrique, João Roberto Arruda, Paulo Souto, Joaquim Ruiz, Aloísio Mercadante, José Eduardo Cardoso, Agnaldo Queiróz, Michel Temer, Dilma Rousseff…
Mas, quem eu admiro, gosto e amo mesmo é o ex-presidente, Luiz Inácio Lulla da Silva;
Anotou aí?
Vou repetir a minha preferência para o Senhor não se enganar:
– Lulla, para os íntimos.
Amém!”