Orlando Silva, o cantor das multidões
O nosso herói de hoje, o cantor das multidões, Orlando Silva, deixou a seresta há 45 anos após a sua morte prematura.
“Nasci no Rio, no subúrbio da Central. Ali nascia esse cantor de vocês”, dizia Orlando Silva.
O berço foi o samba. O choro, embalado pela música, que desde cedo corria nas veias. Filho de D. Balbina e José Celestino, parceiro de Pixinguinha, Orlando Silva viveu até os 3 anos de idade entre serenatas e apresentações musicais. Parece pouco, mas foi o suficiente para nascer um dos grandes nomes da chamada ‘Era do Rádio’ e da Música Popular Brasileira.
Até os 16 anos foi sapateiro, vendedor de tecidos, trocador de ônibus e entregador.
Aos 18 anos estreou no rádio, no programa de Francisco Alves. Virou ídolo. Dificilmente entrava ou saía da rádio sem que fosse assediado por uma multidão de fãs enlouquecidas.
Com apenas sete meses de carreira, assinou contrato para lançar o primeiro disco. ‘Lágrimas’ e ‘Última estrofe’ obtiveram sucesso imediato. Orlando foi o primeiro cantor a gravar o clássico ‘Carinhoso’, de Pixinguinha e João de Barro, em 1937.
A valsa ‘Rosa’ também foi marcante, mas por outro motivo. “Era a música que a mamãe mais gostava”, dizia.
Na nossa cidade, o saudoso seresteiro Ditão Pintor, cantava com perfeição a canção ‘Rosa’, nas memoráveis noites de serestas da Estância. Depois, Nego Caçador, continuou com a saga musical tornando-se o nosso Seresteiro das Multidões.
No carnaval, foram quase cem sucessos. Orlando levou os quatro primeiros lugares do concurso de marchinhas. O clássico ‘A Jardineira’ foi vice, mas conquistou a admiração de milhares de brasileiros e ultrapassou gerações.
Nos anos 40 era o campeão de vendas de discos e tinha o mais alto cachê. Os produtores brincavam que seus discos de vinil tinham ‘lado a’ e ‘lado a’: tudo era sucesso.
Por ironia do destino, o cantor que embalou o coração da multidão, morreu em agosto de 1978, aos 62 anos, de ataque cardíaco.