Percival Trindade, decano da Medicina
O herói de hoje é o nosso grande amigo Percival. Como médico cardiologista, tinha de ser amigo do peito, do coração. Ele é da estirpe dos super-heróis, daqueles que salvam vidas, até a vida do nosso filho Émerson.
No dia 24 de agosto de 1948, o Sítio Barro Preto, hoje Estância Trindade, em Nhandeara, amanheceu feliz com o nascimento do primogênito Percival filho do casal João Baptista e Benedita Maria de Jesus. Ainda fazem parte da família Trindade, as irmãs Manderley Maria, Aparecida das Dores e o irmão Ezequiel.
Percival sempre foi um menino estudioso. Fez o primário no Grupo Escolar da cidade, prestou admissão e estudou no Ginásio Estadual Pedro Pedrosa. Até o segundo científico estudou no Colégio Capitão Porfírio de Alcântara Pimentel, em Monte Aprazível viajando de jardineira todos os dias. O terceirão fez em Ribeirão Preto junto com o cursinho César Lattes e passou direto no vestibular de medicina na Universidade Federal do Paraná, em segundo lugar. Após seis anos de formado, fez três de clínica médica e passou em primeiro lugar em cardiologia, junto com o seu amigo Carlão.
Foi no Baile da Primavera, no Nhandeara Esporte Clube (NEC), ao som da música “Apelo”, de Baden Powell e Vinícius de Moraes, que o nosso herói conheceu a sua princesa, Lúcia Helena. Foi amor à primeira vista. Ele estava no quarto ano de medicina e ela estudante de serviço social na Faculdade de Lins. Foram seis anos e meio de namoro. Era a época em que pegar na mão já era o máximo. Ficar no portão tinha horário, namorar pelo telefone, na cabine telefônica, pedindo a ligação para a telefonista era uma glória e, no cinema da cidade, a chance de avançar o sinal era ínfima devido o “lanterninha”, conhecido como vaga-lume. Assim, com a bênção dos pais da noiva, seo Uber e D. Lola, contraíram núpcias no dia 5 de fevereiro de 1977, na Igreja Redentora, em Rio Preto.
O nosso herói chegou à terrinha em 76, ano em que foi o seu noivado. Na época tomou refeições na casa do seu João Nunes e da dona Guiomar, pais da Lusmarina do Nelson. Em 14 de outubro de 1990, fundou o Clube do Coronariano de Santa Fé do Sul. A entidade nasceu de uma roda de violão com Alirio, eu, Percival e Lúcia, na casa do casal. Tudo começou com uma caminhada pela cidade, depois as ginásticas na Guarda Mirim e, a lembrança do saudoso João da Guarda, da Bete, que alienado, ficava sentado assistindo a tudo.
Fundador do Incor Rio Preto (1998) é referência na cardiologia regional pelo seu prestígio científico conquistado durante todos esses anos que sempre batalhou pela atualização dos conhecimentos médicos, desde o tempo em que era diretor científico da Santa Casa local.
Eu tive o privilégio de fazer os exames da esposa Lúcia Helena, que detectaram a gravidez dos filhos Percivalzinho, Luciano e João Uber, atualmente, cardiologistas, formando a grande Família do Coração.